PF diz que restaurante universitário em Três Lagoas simulava 100 refeições diárias para inflar contrato com a UFMS

Investigação da Polícia Federal aponta que empresa terceirizada registrava refeições não servidas para aumentar o valor pago pela Universidade

27/02/2025 00h00 - Atualizado há 4 meses

Por Andrella Okata

A Polícia Federal (PF) apontou, nesta quinta-feira (28), que o restaurante universitário da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) em Três Lagoas estava fraudando o sistema para inflar o valor do contrato de fornecimento de refeições. A empresa terceirizada responsável pelo local registrava, indevidamente, 100 refeições por dia, mesmo após o fechamento do refeitório, com o objetivo de aumentar o pagamento acordado pelo serviço prestado.

A suspeita de fraude levou à interdição do restaurante universitário no dia 24 de fevereiro, após a UFMS identificar os indícios de irregularidade. Segundo a investigação, os envolvidos utilizavam carteirinhas estudantis para simular o consumo de refeições que, na realidade, não foram distribuídas.

A PF cumpriu dois mandados de busca e apreensão: um no campus da UFMS em Três Lagoas e outro na residência de um dos investigados, na mesma cidade. Durante a operação, foram apreendidos computadores, celulares e um carro. As ordens judiciais foram expedidas pela 3ª Vara Federal de Campo Grande.

A investigação foi iniciada após a UFMS comunicar oficialmente à PF, no dia 24, sobre a suspeita de desvio de recursos públicos e fraude no contrato. A partir disso, a PF e o Ministério Público Federal (MPF) solicitaram os mandados de busca e apreensão para evitar a destruição de provas.

Entre as evidências apresentadas, estão vídeos enviados pela UFMS que mostram a continuação do registro de refeições após o fechamento das atividades diárias do refeitório. A fraude visava superfaturar o contrato e desviar verbas públicas da Universidade, com a simulação de consumo de refeições por alunos que não estavam presentes.

A PF não divulgou detalhes sobre como os investigados teriam acesso às carteirinhas estudantis e como era feita a simulação. A situação também gerou repercussão em outros processos da UFMS, e a assessoria jurídica recomendou a suspensão de um processo licitatório em curso para a contratação de empresas para o fornecimento de refeições nos restaurantes universitários de outras cidades, já que a mesma empresa envolvida na fraude participava desses certames.

A UFMS informou que tomará providências para garantir o fornecimento de auxílio-alimentação aos estudantes no início do ano letivo, marcado para 10 de março.


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