Por Lauren Netto
Mato Grosso do Sul enfrenta um avanço expressivo nos casos prováveis de chikungunya em 2025. De acordo com o Ministério da Saúde, o estado já contabiliza 2.122 casos suspeitos da doença, sendo 233 confirmados até a última semana de fevereiro. Além disso, duas mortes estão sob investigação, registradas nos municípios de Mundo Novo e Dois Irmãos do Buriti.
A comparação com anos anteriores mostra a gravidade do cenário. Enquanto em 2023 e 2024, na oitava semana epidemiológica, o estado registrou 68 e 92 casos prováveis, respectivamente, em 2025 o número saltou para 656. No acumulado das primeiras oito semanas do ano, foram 287 casos prováveis em 2024, número 639% inferior ao registrado em 2025.
Os cinco municípios com mais casos confirmados são Sonora (54), Glória de Dourados (29), Pedro Gomes (26), Campo Grande (17) e Maracaju (16). Já em relação à taxa de incidência por 100 mil habitantes, Pedro Gomes (374,6), Sonora (372,0) e Glória de Dourados (277,7) lideram o ranking.
Os dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES) indicam que mais da metade dos casos prováveis (57%) foram registrados em mulheres. Entre os grupos raciais, pardos (51,77%) e brancos (38,80%) são os mais afetados. A faixa etária mais atingida é a de 20 a 29 anos, tanto no público masculino quanto feminino.
Embora os números preocupem, a chikungunya já conta com vacina. O imunizante, desenvolvido pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica Valneva, demonstrou eficácia de 98,3% em adolescentes após um ano da aplicação, conforme estudos clínicos.
A última morte registrada por chikungunya em Mato Grosso do Sul ocorreu há três anos, em 2022, quando o estado contabilizou três óbitos. Diante do atual avanço da doença, autoridades de saúde reforçam a importância do combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da chikungunya, dengue e zika, para evitar novos surtos.