Por Lauren Netto
O Ministério da Saúde anunciou que a vacina contra o vírus influenza, causador da gripe, agora faz parte do Calendário Nacional de Vacinação para crianças de 6 meses a menores de 6 anos, gestantes e idosos a partir de 60 anos. Com isso, o imunizante poderá ser encontrado durante todo o ano nas salas de vacinação do país, a partir da segunda quinzena de março. Até então, a aplicação era restrita às campanhas sazonais.
Segundo a pediatra Mônica Levi, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), a mudança é fundamental porque os surtos de gripe ocorrem de forma imprevisível. "A gripe se caracteriza por uma imprevisibilidade. Então, apesar de a gente ter um maior número de casos no outono e inverno, surtos também acontecem ao longo do ano, de forma esporádica", afirma.
Ela destaca ainda que a ampliação do acesso permitirá que mais pessoas se imunizem fora do período recomendado, reduzindo o risco de complicações e contribuindo para a contenção de surtos inesperados.
Além dos grupos prioritários que terão acesso contínuo à vacina, outras categorias, como profissionais da saúde, professores, forças de segurança, pessoas com doenças crônicas e população privada de liberdade, seguirão recebendo o imunizante em estratégias especiais.
Mudanças na vacinação infantil
O Ministério da Saúde também anunciou mudanças no esquema vacinal contra poliomielite e rotavírus. A partir de agora, todas as doses da vacina contra a pólio serão aplicadas exclusivamente na versão injetável (VIP), substituindo a vacina oral.
Já a imunização contra o rotavírus teve a faixa etária de aplicação ampliada. A primeira dose, antes indicada apenas aos dois meses de idade, poderá ser administrada até os 11 meses e 29 dias. A segunda dose, recomendada para os quatro meses, poderá ser aplicada até os 23 meses e 29 dias.
Covid-19 no calendário anual
A vacinação contra a covid-19 segue incorporada ao Calendário Nacional de Vacinação para crianças de 6 meses a menores de 5 anos, idosos e gestantes.
Para outros grupos a partir dos 5 anos, a imunização será disponibilizada de forma regular nos postos de saúde. Pessoas imunocomprometidas precisarão reforçar a proteção a cada seis meses. Já os demais públicos que integram grupos prioritários receberão a vacina uma vez por ano, incluindo indígenas, ribeirinhos, quilombolas, trabalhadores da saúde, gestantes que não tomaram a dose durante a gravidez, pessoas com deficiência permanente, comorbidades e privados de liberdade.