Crise hídrica em aldeias indígenas de Dourados são amenizadas com caminhões-pipa e perfuração de poços

O sistema de água da região foi instalado em 1997 e não acompanhou o aumento da demanda

22/03/2025 00h00 - Atualizado há 2 meses

Por Andrella Okata

A falta de água nas aldeias Jaguapiru e Bororó, na Reserva Indígena de Dourados, tem sido amenizada com caminhões-pipa e a perfuração de poços. As medidas emergenciais são realizadas pela Sanesul e pela Defesa Civil, em parceria com lideranças indígenas e agentes de saneamento.

Com mais de 20 mil indígenas das etnias Guarani, Kaiowá e Terena, a reserva enfrenta problemas de abastecimento devido ao crescimento populacional e à infraestrutura defasada. Para minimizar a situação, quatro caminhões-pipa fornecem cerca de 32 mil litros de água tratada diariamente. O trabalho inclui distribuição direta nas casas com falhas no fornecimento e a recarga de reservatórios comunitários.

O sistema de água da região foi instalado em 1997 e não acompanhou o aumento da demanda. Segundo Edemir Machado, agente indígena de saneamento, parte da rede tem problemas estruturais e não atende todas as residências. "Hoje, contamos com caminhões-pipa e equipes de apoio, mas a solução definitiva depende de investimentos maiores", afirmou.

Em 2023, o governo estadual iniciou estudos para melhorar o abastecimento. Foram perfurados dois poços, um em cada aldeia, com investimento de R$ 490 mil. O Governo Federal prometeu repassar R$ 4 milhões para perfuração de mais quatro poços e ampliação do sistema de distribuição.

Atanaze Correia, membro da comissão da água da aldeia Jaguapiru, destaca a importância da mobilização comunitária. "Nosso papel é acompanhar e cobrar a conclusão dos projetos dentro dos prazos estabelecidos", disse. Enquanto as obras definitivas não são concluídas, as comunidades seguem dependentes do abastecimento emergencial.


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