Por Andrella Okata
O Brasil começou a implementação do Plano Nacional de Identificação Individual (PNIB), que tornará obrigatória a rastreabilidade de bovinos e búfalos até 2032. A medida, anunciada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), prevê um sistema informatizado para monitorar a movimentação e a sanidade dos rebanhos. Em Mato Grosso do Sul, um dos principais produtores de carne do país, a exigência pode trazer tanto oportunidades quanto desafios para os pecuaristas, que terão que investir em tecnologia para atender às novas regras.
O tema foi discutido durante a Dinapec 2025, onde representantes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) e de outras entidades debateram os impactos da rastreabilidade na cadeia produtiva.
A previsão do MAPA é que até 2026 seja construída uma base de dados nacional. Entre 2027 e 2029, terá início a identificação individual dos rebanhos, com expectativa de atingir todo o setor até 2032.
A rastreabilidade exigirá identificação individual dos animais, com uso de brincos eletrônicos, softwares de monitoramento e bancos de dados integrados.
O objetivo do PNIB é garantir maior controle sanitário e atender a exigências de mercados internacionais, como União Europeia e China. No entanto, o setor produtivo do estado ainda avalia os custos e a viabilidade da implementação.
Para muitos pecuaristas sul-mato-grossenses, a adequação ao novo sistema pode representar um desafio financeiro. “O prazo de adaptação é longo, mas os custos existem. O pecuarista terá que se modernizar, e isso pode pesar no orçamento, principalmente para produtores menores”, avalia Rafael Gratão, presidente da Novilho Precoce MS e vice-presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Corte.
Mato Grosso do Sul, que aguarda a certificação internacional de área livre de febre aftosa sem vacinação em maio de 2025, terá que equilibrar a adaptação às novas exigências com a necessidade de manter sua competitividade no mercado.