Por Lauren Netto
Após a Santa Casa de Campo Grande anunciar a suspensão da admissão de novos pacientes devido à superlotação, o Governo do Estado e a Prefeitura reagiram à pressão da instituição e aumentaram os repasses financeiros para garantir a continuidade dos serviços. A medida surgiu após uma reunião com o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) e representantes da instituição.
A Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesau) autorizou um incremento de cerca de R$ 1 milhão aos atuais repasses, que somam R$ 5 milhões. Já a Secretaria de Estado de Saúde (SES) estabeleceu um repasse de R$ 25 milhões ao Fundo Municipal de Saúde, a ser pago em três parcelas até junho, com a primeira prevista para até 20 de abril.
O acordo também prevê que a Santa Casa apresente, em até dez dias, um cronograma de pagamentos prioritários, incluindo prestadores de serviços, medicamentos e insumos. A instituição também deverá apresentar até abril de 2025 um plano de reestruturação hospitalar, desenvolvido pela Fundação Dom Cabral, e encaminhar relatórios financeiros e consultorias sobre a gestão hospitalar.
A crise financeira da Santa Casa foi exposta pela instituição ainda em março, quando relatou um déficit mensal de R$ 13,2 milhões. Dados de 2024 indicam que o hospital teve um faturamento de R$ 383,5 milhões, mas seus custos chegaram a R$ 542,4 milhões, refletindo um desequilíbrio financeiro praticamente equivalente aos repasses recebidos da Prefeitura e do Governo.
Além disso, a falta de recursos já havia levado à suspensão de cirurgias ortopédicas, com cerca de 360 procedimentos adiados desde setembro. A nova negociação visa tentar equilibrar as contas da instituição e garantir a continuidade do atendimento à população.