Por Lauren Netto
A expansão de empreendimentos imobiliários no entorno do Parque Estadual do Prosa, em Campo Grande, gerou preocupação entre moradores e ambientalistas. O tema foi discutido em audiência pública realizada na última sexta-feira (4), com a presença de representantes do Ministério Público, vereadores e da população. A prefeitura, convidada, não enviou representante.
O Parque do Prosa preserva uma área de 135 mil hectares de Cerrado, com vegetação nativa, fauna silvestre e papel importante na pesquisa científica e na educação ambiental. Moradores da região têm manifestado preocupação com os impactos ambientais e sociais da construção de novos edifícios no entorno, como o aumento no volume populacional, risco de atropelamento de animais silvestres, prejuízos à geração de energia solar em residências vizinhas e mudanças no microclima da região.
Há também queixas relacionadas aos transtornos causados por obras em andamento, como ruído e trânsito de veículos pesados. Especialistas ouvidos durante a audiência destacaram a importância de avaliar o impacto da densidade populacional e do número de veículos que os novos empreendimentos podem atrair.
A ausência da Prefeitura de Campo Grande foi criticada pelos participantes. A Comissão de Meio Ambiente da Câmara estuda convocar representantes da Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano (Planurb) para prestar esclarecimentos sobre o planejamento urbano na região do parque.
Durante o encontro, foi defendida a atualização da legislação municipal, estadual e federal, com o objetivo de estabelecer parâmetros mais claros para construções em áreas de amortecimento ambiental, garantindo segurança jurídica tanto para moradores quanto para construtoras.
O Ministério Público de Mato Grosso do Sul acompanha a situação por meio de um inquérito civil instaurado em 2023 para investigar os impactos dos novos empreendimentos na área que circunda o Parque Estadual do Prosa.