Enquanto dengue diminui, chikungunya cresce em MS e acende novo alerta

Estado registra queda de 43% nos casos prováveis de dengue, mas confirma aumento de quase 300% na chikungunya

08/04/2025 00h00 - Atualizado há 2 meses

Por Lauren Netto

Mato Grosso do Sul teve uma queda expressiva nos casos de dengue em 2025, mas viu crescer o número de registros de chikungunya. O alerta foi feito pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), com base na comparação dos boletins epidemiológicos da 13ª semana deste ano em relação ao mesmo período de 2024.

As duas doenças são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, e os dados reforçam a importância de manter as ações de prevenção, como o combate aos criadouros e o uso de repelentes.

Até a 13ª semana epidemiológica, os casos prováveis de dengue no estado caíram de 11.708 para 6.692 — uma redução de cerca de 43%. Os casos confirmados também diminuíram, de 4.325 para 2.445, uma queda de 43,5%. A incidência caiu de 424,7 para 242,8 casos por 100 mil habitantes. Também houve redução no número de mortes: foram 10 em 2024 e 7 em 2025, no mesmo recorte temporal.

Enquanto a dengue apresentou retração, os números da chikungunya chamaram a atenção. Os casos prováveis aumentaram 27%, passando de 3.679 em 2024 para 4.668 neste ano. O crescimento mais significativo foi entre os casos confirmados, que saltaram de 219 para 865 — uma alta de 295%. A incidência também subiu: de 133,5 para 169,3 casos por 100 mil habitantes. Há um óbito confirmado pela doença em 2025; no ano anterior, nenhuma morte foi registrada.

Alguns municípios concentram os maiores índices das duas arboviroses. Jateí lidera em ambos os cenários, com incidência de 6.971,6 para dengue e 6.943,7 para Chikungunya. Selvíria, Sonora e Glória de Dourados também aparecem entre os mais afetados.

“Mesmo com a redução expressiva da dengue, o aumento da chikungunya nos mostra que o vetor continua presente. É fundamental manter as ações de prevenção — como eliminar recipientes que acumulam água, tampar caixas d’água e usar repelente — para evitar novas infecções. São cuidados simples que protegem contra as duas doenças”, orienta a enfermeira da gerência de Doenças Endêmicas da SES, Bianca Modafari.

Sintomas e diferenças

A SES também alerta para os sintomas e diferenças entre as duas doenças. Em caso de febre alta, dor no corpo, manchas vermelhas ou dor nas articulações, é essencial buscar atendimento médico para diagnóstico e tratamento adequados.

Confira os principais pontos destacados pela secretaria:

Febre alta: comum nas duas doenças, mas na chikungunya aparece de forma súbita;

Dor nas articulações: intensa e duradoura na chikungunya; na dengue, costuma ser mais muscular;

Manchas vermelhas: presentes nas duas infecções, podendo vir acompanhadas de sangramentos no caso da dengue;

Complicações: a dengue pode evoluir para formas hemorrágicas, enquanto a chikungunya raramente causa quadros graves, mas pode deixar sequelas prolongadas. Há risco de óbito quando há uso de anti-inflamatórios na fase aguda (até 14 dias do início dos sintomas).

O monitoramento contínuo e o engajamento da população seguem como aliados fundamentais no combate às arboviroses no estado.


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