Por Redação
Com 17 votos favoráveis e sete contrários, a Câmara Municipal de Campo Grande aprovou, na manhã desta terça-feira (8), uma moção de apoio à concessão de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. A proposta foi apresentada pelo vereador Rafael Tavares (PL), que usou a tribuna para defender a medida e provocou os colegas a se posicionarem publicamente.
“Políticos que não apoiarem serão lembrados na história como pessoas que não deram suporte a esses inocentes presos políticos”, opinou Tavares, durante a sessão.
A moção gerou divergências no plenário. A vereadora Luiza Ribeiro (PT) foi contrária à proposta e argumentou que o assunto deveria ter sido rejeitado já no protocolo, por ter sido apresentado fora do prazo regimental.
Ela também criticou a escolha do tema: “deveríamos estar discutindo problemas da cidade”.
O presidente da Câmara, vereador Papy (PSDB), reconheceu que o regimento prevê o registro de moções até as 16h do dia anterior à votação, mas justificou a aceitação por considerar o tema relevante.
Durante os debates, o vereador André Salineiro (PL) ameaçou reapresentar a proposta em caso de rejeição: “se a moção fosse rejeitada, voltaria na próxima sessão e de maneira pior, porque convocaria todos favoráveis à anistia para vir à Câmara”. Ele também criticou a falta de penalidades a ações do MST.
Já o vereador Herculano Borges (Republicanos) ponderou que não apoia vandalismo nem impunidade, mas defendeu que as penas aplicadas sejam revistas. Na mesma linha, Carlão (PSB) fez questão de diferenciar os participantes dos atos daqueles que financiaram os ataques. “Defendo punição para 50% dos que estão lá”, disse.
Marquinhos Trad (PDT) votou contra a moção e afirmou que o debate não deveria ser reduzido a uma disputa entre Lula e Bolsonaro. “Será generoso e pedirá anistia?”, questionou, ao comparar os atos com uma invasão domiciliar. Para ele, a maioria dos envolvidos deveria responder em liberdade, mas não com anistia completa.
“Hoje é um grupo político, amanhã pode ser outro”, alertou.
O vereador Ronilço Guerreiro (Podemos) também expressou desconforto com a pauta diante das dificuldades enfrentadas pela cidade. Ainda assim, votou favorável à moção, defendendo que “a anistia não pode ser para todos”.
Delei Pinheiro (PP) votou contra. “Bandido na cadeia e quem estava só visitando, que volte pra casa”, declarou. Já Beto Avelar (PP) também foi contrário, embora tenha defendido a revisão das penas mais elevadas.
✅ Votaram favoráveis à moção:
Carlão (PSB), Clodoilson Pires (Podemos), Victor Rocha (PSDB), Herculano Borges, Leinha (Avante), Maicon Nogueira (PP), Neto Santos (Republicanos), Professor Juari (PSDB), Professor Riverton (PP), Ronilço Guerreiro (Podemos), Veterinário Francisco (União), Wilson Lands (PL), Fábio Rocha (União), Otávio Trad (PSD), André Salineiro (PL), Ana Portela (PL) e Rafael Tavares (PL).
❌ Votaram contra:
Beto Avelar (PP), Delei Pinheiro (PP), Flávio Cabo Almi (PT), Jean Ferreira (PT), Landmark (PSDB), Luiza Ribeiro (PT) e Marquinhos Trad (PDT).