Por Lauren Netto
Campo Grande encerrou o mês de março com inflação de 0,42%, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice é inferior à média nacional do IPCA, que fechou o período com alta de 0,51%.
Embora o resultado represente uma desaceleração em relação a fevereiro — quando a inflação na capital sul-mato-grossense foi de 1,31% impulsionada pelo reajuste no transporte coletivo urbano — o índice de março ainda ficou acima do registrado em janeiro (0,16%), o menor já apurado para o mês desde o início do Plano Real, em 1994.
No cenário nacional, os 0,51% de março foram 0,75 ponto percentual abaixo da inflação registrada em fevereiro (1,31%). Ainda assim, esse foi o maior índice para um mês de março desde 2003, quando o IPCA chegou a 0,71%.
Todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE tiveram variação positiva entre fevereiro e março. O destaque ficou com Alimentação e Bebidas, que subiu 1,31%. Entre os itens com maiores aumentos estão o tomate (22,55%), o ovo de galinha (13,13%) e o café moído (8,14%). Em contrapartida, produtos como óleo de soja (-1,99%), arroz (-1,81%) e carnes (-1,60%) registraram queda nos preços.
A alimentação fora do domicílio também subiu, com aceleração de 0,47% para 0,77%. As refeições aumentaram 0,86%, e o tradicional cafezinho teve alta de 3,48%. Já os lanches apresentaram leve desaceleração: de 0,66% em fevereiro para 0,63% em março.
Outros setores que contribuíram para a elevação do índice foram Despesas Pessoais, com aumento em cinema e eventos (7,76%), Vestuário (0,59%) e Transportes (0,46%), embora este último com menor impacto em relação ao mês anterior, devido à queda no transporte urbano em cidades com tarifa zero aos domingos, como Brasília.
No grupo Saúde, houve alta nos planos de saúde e itens de higiene. Já em Habitação, a energia elétrica desacelerou após aumento registrado em fevereiro.
Entre as capitais brasileiras, Campo Grande teve a sétima menor inflação. A cidade ficou atrás de Curitiba e Porto Alegre (ambas com 0,76%), São Paulo (0,71%), São Luís (0,55%), além de Vitória e Rio de Janeiro (ambas com 0,53%). O IPCA da capital tem peso de 1,73% na composição do índice nacional.
No acumulado de 2025, a inflação em Campo Grande está em 1,95%, ligeiramente abaixo da média nacional, que soma 2%.
O IPCA é calculado mensalmente pelo IBGE desde 1980 e abrange famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos. A pesquisa contempla dez regiões metropolitanas e os municípios de Campo Grande, Goiânia, Rio Branco, São Luís, Aracaju e Brasília. Para o índice de março, os preços foram coletados entre 27 de fevereiro e 31 de março de 2025.
