Mulheres em presídios de MS são capacitadas para empreender após cumprimento de pena

Com cursos de costura e processamento de alimentos, internas desenvolvem habilidades e planejam novo futuro

10/04/2025 00h00 - Atualizado há 2 meses

Por Lauren Netto

Com o objetivo de estimular a autonomia e oferecer ferramentas para uma vida longe da criminalidade, mulheres custodiadas em unidades prisionais do interior de Mato Grosso do Sul participaram de cursos profissionalizantes ao longo deste mês. As capacitações fazem parte de uma parceria entre a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).

No Estabelecimento Penal Feminino “Carlos Alberto Jonas Giordano”, em Corumbá, 11 reeducandas concluíram o curso de “Confecção de Bonecas e Peças de Pano”. Ao longo das aulas, aprenderam técnicas de costura e produção artesanal, desenvolvendo peças temáticas de Páscoa, como bonecas e coelhos.

“Nunca tinha costurado antes, mas agora vejo que posso aprender algo novo e fazer disso uma profissão. Vou fazer para minhas meninas e quando sair daqui quero continuar fazendo bonecas e vender, para ter meu próprio dinheiro e ajudar minha família”, relatou a interna E.M.S., de 45 anos.

A instrutora Rosita das Graças Teixeira, responsável pelas aulas, destacou que a atividade também tem potencial de geração de renda, além de desenvolver habilidades criativas e estimular a autoestima.

Já em Rio Brilhante, no Estabelecimento Penal Feminino da cidade, dez internas participaram do curso de Processamento da Banana. Elas aprenderam a transformar a fruta em produtos como chips, doces e farinha. A formação, com carga horária de 24 horas, abordou práticas sustentáveis, aproveitamento integral dos alimentos e noções de empreendedorismo.

As ações integram a política de reintegração social da Agepen, que aposta na educação e na profissionalização como meios eficazes de reduzir a reincidência e de construir trajetórias mais dignas.

“É uma forma de empoderamento, pois elas descobrem habilidades, aprendem uma profissão e saem com mais chances de reconstruir suas trajetórias longe da criminalidade”, afirmou o diretor-presidente da Agepen, Rodrigo Rossi Maiorchini.

A parceria com o Senar garante a presença de instrutores qualificados e o fornecimento dos materiais didáticos necessários. A iniciativa reforça o papel da educação e do trabalho como pilares para a transformação social, mesmo dentro do sistema prisional.


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