Startup Mombak recebe R$ 100 milhões do Fundo Clima para reflorestar áreas críticas da Amazônia

Recurso do BNDES será investido em reflorestamento no Pará e integra estratégia nacional contra mudanças climáticas

10/04/2025 00h00 - Atualizado há 2 meses

Por Lauren Netto

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou a primeira operação do Novo Fundo Clima voltada à restauração florestal. O financiamento de R$ 100 milhões será destinado à Mombak, startup especializada em remoção de carbono, que vai aplicar os recursos no reflorestamento de áreas degradadas na Amazônia.

Do total, R$ 80 milhões são provenientes do Fundo Clima e R$ 20 milhões da linha BNDES Finem. A operação foi viabilizada por uma fiança bancária do Santander. Com os recursos, a Mombak pretende ampliar sua atuação no Pará, fortalecendo parcerias com proprietários locais, promovendo a recuperação da biodiversidade e gerando empregos.

A iniciativa alcança áreas do chamado Arco da Restauração, território estratégico para frear o avanço do desmatamento, que abrange desde o leste do Maranhão até o Acre, passando por estados como Pará, Mato Grosso e Rondônia.

Para o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, essa primeira operação marca um novo momento da política ambiental do país. “É um marco da atuação do governo federal no reflorestamento da Amazônia e da atuação do BNDES como impulsionador de um novo mercado, de um novo caminho para o desenvolvimento do Brasil”, afirmou. “Estamos reconstruindo florestas, mantendo a biodiversidade, gerando empregos e renda para população e ajudando o planeta”, completou.

Criado em 2009 e reformulado na atual gestão federal, o Fundo Clima é um instrumento da Política Nacional sobre Mudança do Clima. Vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), o fundo apoia projetos de mitigação e adaptação aos efeitos climáticos.

A Mombak, fundada em 2021, já captou US$ 200 milhões para projetos de remoção de carbono e mantém contratos com empresas como Microsoft, Google e McLaren Racing. Para Peter Fernandez, CEO e cofundador da startup, o financiamento do BNDES representa um avanço significativo para o setor. “Reforça que o reflorestamento não é apenas uma prioridade ambiental, mas também um negócio escalável com forte demanda de mercado”, afirmou. “Ao concretizar a primeira operação desse tipo por meio do Novo Fundo Clima, demonstramos o potencial do Brasil para liderar a indústria global de remoção de carbono”.

O projeto também conta com o apoio do Santander. Leonardo Fleck, head sênior de Sustentabilidade do banco no Brasil, destacou a importância de soluções financeiras inovadoras para impulsionar iniciativas ambientais. “Mas elas precisam de soluções inovadoras de financiamento para que possam decolar”, afirmou. “Trabalhamos desde o lançamento da linha para restauração do BNDES na busca de soluções que se alinhem com o modelo de negócios dos clientes e os requisitos de mitigação de riscos financeiros. Ficamos felizes em contribuir com o primeiro desembolso da linha para a Mombak”.

A operação está inserida no contexto do Arco da Restauração, projeto coordenado pelo MMA em parceria com o BNDES. A meta é recuperar até 6 milhões de hectares de florestas até 2030. Em um horizonte mais amplo, a estratégia visa restaurar 24 milhões de hectares até 2050. Entre as ações estruturantes está o programa Restaura Amazônia, lançado em dezembro de 2024 com R$ 450 milhões do Fundo Amazônia e possibilidade de novos aportes.

Por meio de editais públicos, três instituições foram selecionadas para coordenar ações regionais de recuperação florestal: Ibam, FBDS e CI-Brasil. Os editais mais recentes priorizam unidades de conservação e assentamentos da reforma agrária, em alinhamento com o Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg) e o Programa Florestas Produtivas.


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