Por Lauren Netto
Com investimento estimado em US$ 4,6 bilhões, a multinacional Arauco lançou nesta quarta-feira (9) a pedra fundamental da fábrica de celulose que será instalada no município de Inocência, em Mato Grosso do Sul. O evento contou com a presença do presidente em exercício, Geraldo Alckmin, e do governador Eduardo Riedel, que destacou a importância do projeto para a economia regional.
“Momento histórico não apenas para Inocência, mas também ao Mato Grosso do Sul. Toda esta região será impactada com este grande investimento privado. Lembro de quando fomos ao Chile, visitamos os empreendimentos e aprendemos a cultura deles. Conhecemos a seriedade, simplicidade e competência do grupo. Lá se estabeleceu um compromisso e confiança para viabilizar o maior empreendimento privado nos dias de hoje”, afirmou Riedel.
Nomeado Projeto Sucuriú, o empreendimento terá capacidade de produzir 3,5 milhões de toneladas anuais de celulose de fibra curta. A unidade será construída em uma área de 3.500 hectares, a cerca de 50 quilômetros do centro da cidade. Durante o pico das obras, que já tiveram início com a etapa de terraplanagem, são previstos até 14 mil trabalhadores. Atualmente, cerca de 2,8 mil atuam nas obras da fábrica e outros 2 mil na área florestal.
A expectativa é de que a fábrica entre em operação no fim de 2027, gerando aproximadamente 6 mil empregos diretos nas áreas industrial, florestal e logística.
“Estamos aqui no maior projeto do mundo de celulose em primeira etapa. Uma indústria que em sua produção 90% vai ser exportada para o mundo. O comércio exterior é o que mais gera empregos. Estamos desburocratizando e reduzindo custos para contribuir com este processo. O desenvolvimento gera empregos, renda e dignidade para população”, declarou Alckmin.
A fábrica reforça a posição estratégica de Mato Grosso do Sul no setor de celulose e deve provocar uma transformação socioeconômica em Inocência e região. Estima-se que a população do município, atualmente com cerca de 8,4 mil moradores, salte para 32 mil durante a fase de construção. Após a inauguração, o número deve se estabilizar entre 18 mil e 22 mil habitantes.
“Estamos no principal eixo de celulose do Brasil, isto nos permite construir a maior fábrica de celulose no mundo. Isto promove prosperidade, avanços sociais e econômicas, com o cuidado de preservar os biomas. Para isto garantimos os melhores parceiros estratégicos, através de um time muito qualificado”, explicou Carlos Altimiras, diretor-presidente da Arauco Brasil.
Durante a cerimônia, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, recordou o potencial da região para o setor florestal. “Esta terra me traz muitas saudades das pessoas que passaram por aqui. Há 50 anos atrás o então prefeito (Três Lagoas) Ramez Tebet disse que esta terra era propícia para plantação de eucalipto e produção de celulose. Hoje temos aqui a maior fábrica do mundo de celulose”, disse.
O prefeito de Inocência, Antonio Ângelo Garcia dos Santos, o Toninho da Cofap, celebrou a conquista. “Lutamos durante anos para trazer um projeto como este para Inocência. Um trabalho e dedicação de muitas pessoas. Vivemos uma transformação enorme, recebemos agora um dos maiores investimentos do mundo, vamos precisar do apoio de todos, para termos uma cidade próspera, com renda e empregos”, afirmou.
A Arauco também anunciou um aporte de R$ 85 milhões no Plano Estratégico Socioambiental (PES), com foco em melhorias urbanas e sociais no município. Paralelamente, o Governo do Estado investe mais de R$ 65 milhões em áreas como infraestrutura, saúde, educação, transporte e qualificação profissional.
Com um sistema de produção fechado, a unidade industrial será capaz de gerar mais de 400 megawatts (MW) de energia. Cerca de 200 MW serão usados internamente e o excedente será comercializado. O projeto também prevê o monitoramento rigoroso da biodiversidade local, com ações voltadas à conservação ambiental.
O avanço do setor de celulose em Mato Grosso do Sul é resultado de uma política ativa de atração de investimentos privados. Com novos empreendimentos como o Projeto Sucuriú, o Estado consolida sua posição como referência global na produção do insumo.