Hidrovia do Rio Paraguai receberá R$ 47 milhões em ações ambientais e tecnológicas, diz Antaq

Projeto prevê ações de monitoramento, sinalização e dragagem com foco na preservação do Pantanal

11/04/2025 00h00 - Atualizado há 2 meses

Por Lauren Netto

Em audiência pública realizada em Corumbá, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) anunciou um pacote de R$ 47 milhões voltado à gestão ambiental e ao monitoramento da Hidrovia do Rio Paraguai. O projeto, considerado estratégico para a logística do governo federal, visa conciliar o desenvolvimento econômico de Mato Grosso do Sul com a preservação do bioma pantaneiro.

Apesar das preocupações de ambientalistas e comunidades locais, o governo assegura que a iniciativa não envolve privatização do rio e que as obras seguirão critérios técnicos rigorosos, com foco em sustentabilidade. Entre as medidas anunciadas estão a ampliação do monitoramento hidrológico, investimentos em segurança da navegação e a execução de dragagens com impacto ambiental minimizado.

Segundo o secretário Jaime Verruck, da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), o compromisso do governo é garantir que o progresso da infraestrutura aconteça de forma integrada à conservação ambiental. “Queremos garantir que o avanço da infraestrutura caminhe ao lado da preservação de um dos ecossistemas mais ricos do mundo”, destacou.

Ações previstas incluem:

• Monitoramento do nível do rio: Instalação de 50 réguas fluviométricas, substituindo as 12 atualmente em operação.

• Modernização da navegação: Atualização dos sistemas de tráfego (VTS e RIS) com dados em tempo real para maior eficiência e segurança.

• Sinalização da hidrovia: Melhoria no balizamento para facilitar a navegação em períodos críticos.

• Dragagem com responsabilidade ambiental: Intervenções mínimas para manter a navegabilidade, acompanhadas de um estudo de impacto estimado em R$ 16,5 milhões.

A audiência pública contou com a presença de pesquisadores, ambientalistas, representantes de comunidades ribeirinhas e da sociedade civil. A escuta ativa desses grupos foi considerada essencial para a construção de um projeto sustentável e legítimo.

Durante a apresentação, autoridades compararam o potencial da hidrovia brasileira ao do Rio Mississippi, destacando a importância de um planejamento técnico e sensível à realidade do Pantanal.

Para o coordenador de Mineração da Semadesc, Eduardo Pereira, o objetivo é transformar a hidrovia em um corredor logístico eficiente, seguro e sustentável.

“A modernização do sistema hidroviário não apenas impulsiona a economia regional, como também protege vidas e valoriza o conhecimento local das comunidades que há séculos convivem com o rio”, concluiu o secretário Jaime Verruck.


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