Abiec prevê impacto limitado de tarifas dos EUA sobre carne bovina brasileira

Presidente da associação destaca que Brasil continuará abastecendo tanto EUA quanto China

19/04/2025 00h00 - Atualizado há 2 meses

Por Lauren Netto

A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) avalia que o aumento de tarifas sobre a carne bovina brasileira pelos Estados Unidos deve ter efeito limitado nas exportações do setor. Segundo o presidente da entidade, Roberto Perosa, o Brasil segue em posição estratégica no mercado global e deve continuar atendendo tanto à demanda norte-americana quanto à chinesa.

“Falando o português claro, o que está faltando nos Estados Unidos é carne! E quem tem isso para oferecer é o Brasil. Por isso, nós vamos aumentar as exportações para os EUA e manter também as exportações para China”, afirmou Perosa em entrevista ao Canal Rural.

Atualmente, os Estados Unidos são o segundo maior destino da carne bovina brasileira, respondendo por cerca de 13% das exportações, atrás apenas da China, que representa 42%. Para Perosa, a situação do Brasil é de neutralidade na disputa comercial entre os dois países, com pouca chance de prejuízo.

Ele explicou que os EUA vivem o ciclo pecuário mais baixo dos últimos 75 anos, o que tem impulsionado as compras externas do país.

Questionado sobre possíveis efeitos no consumo interno, Perosa esclareceu que cerca de 70% da produção nacional de carne bovina é destinada ao mercado brasileiro. “O que o país exporta são cortes que não são consumidos pelos brasileiros, ou pouco consumidos. Nós exportamos a parte dianteira do boi, os miúdos para composição da indústria internacional”, afirmou.

O presidente da Abiec reforçou que o setor observa com cautela as próximas medidas do governo americano e mencionou a importância da carne brasileira para o padrão alimentar dos EUA. “Eu costumo dizer que o brasileiro não vive sem o arroz e feijão, e o americano não vive sem hambúrguer! E para fazer o hambúrguer, há necessidade da carne local e precisa da carne magra produzida pelo Brasil”, pontuou.

Ainda segundo Perosa, está prevista para maio a inspeção técnica de frigoríficos brasileiros por auditores norte-americanos. Ele afirmou que a visita é uma etapa rotineira no processo de exportação.


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