Por Lauren Netto
A ginasta Rebeca Andrade fez história nesta segunda-feira (21) ao se tornar a primeira atleta mulher do Brasil a conquistar o Prêmio Laureus, considerado o Oscar do esporte mundial. Aos 24 anos, a paulista de Guarulhos foi premiada na categoria “Retorno do Ano”, em cerimônia de gala realizada no Palácio de Cibeles, em Madri, na Espanha.
Rebeca superou outros cinco concorrentes na disputa: o nadador norte-americano Caeleb Dressel, a esquiadora suíça Lara Gut-Behami, o piloto espanhol de MotoGP Marc Márquez, o jogador indiano de críquete Rishabh Pant e a nadadora australiana Ariarne Titmus.
“Eu me sinto muito feliz e honrada por receber meu primeiro Laureus. Estou orgulhosa, me sinto abençoada pela equipe que tenho e pela família que eu tenho. Eles acreditaram em mim mesmo quando eu não acreditava. Eu gostaria de fazer um agradecimento especial para uma pessoa que está aqui conosco essa noite, que foi uma peça importantíssimo para que o mundo me conhecesse não só como atleta, mas como pessoa também, que é a Aline [Wolff], minha psicóloga. Quero agradecer pelo trabalho, companheirismo, pelo cuidado durante meu período de lesões. Fico feliz de ser uma grande referência para as gerações que estão vindo e para pessoas em geral, de força, de mostrar que a gente pode alcançar os nossos objetivos, independentemente do lugar de onde a gente tenha vindo”, disse a ginasta ao receber o troféu.
Antes de brilhar nos Jogos Olímpicos de Paris, onde conquistou quatro medalhas (ouro, duas pratas e um bronze), Rebeca passou por três cirurgias no joelho para tratar lesões no ligamento anterior. As dificuldades quase a fizeram desistir da carreira.
Em Paris, ela se destacou ao vencer a prova de solo, superando a multicampeã Simone Biles. No pódio, foi reverenciada pela própria Biles, que ficou com a prata, e por Jordan Chiles, bronze. A brasileira encerrou sua participação com duas pratas, no individual geral e no salto, além do bronze por equipes.
Rebeca se junta agora a um seleto grupo de atletas brasileiros laureados pelo prêmio. O último havia sido Ronaldo Fenômeno, em 2003, também na categoria “Retorno do Ano”, após se recuperar de cirurgias no joelho e liderar o Brasil ao pentacampeonato mundial em 2002.