Por Redação
O Governo de Mato Grosso do Sul participou, nesta quarta-feira (23), do Fórum Empresarial Brasil-Chile, realizado na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília. O evento reuniu empresários, representantes do setor produtivo e autoridades dos dois países com foco no fortalecimento das relações comerciais e na discussão sobre as rotas de integração sul-americana, especialmente a Rota Bioceânica de Capricórnio.
Durante a mesa redonda “Oportunidades de Negócios e Investimentos para o Corredor Bioceânico”, o governador Eduardo Riedel afirmou que a parceria entre Mato Grosso do Sul e o Chile é harmoniosa e que a rota deve estar operacional em 2027, representando um marco para o desenvolvimento regional.
“Mato Grosso do Sul vai ser muito beneficiado. Nós estamos fazendo investimentos extremamente robustos de mais de 2 bilhões de reais em pavimentação de rodovias dentro do Estado para acessar a rota. A ponte entre o Paraná e Mato Grosso do Sul, olhando para a rota. Então, vai se desdobrando numa série de investimentos para todas as regiões do País. O Chile apresentou hoje aqui um plano de investimento e o Brasil tem investimentos tanto do governo federal quanto do Governo do Estado. Em 2027, a expectativa é que a rota esteja operacional. Isso é extremamente positivo para todos os envolvidos. O Mato Grosso do Sul sozinho exportou ao Chile 209 milhões de dólares em 2024 e importou 197 milhões de dólares. Estamos com uma expectativa de um aumento muito significativo diante dos sinais do empresariado em relação às oportunidades apresentadas aqui”, completou Riedel.
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, também participou do evento e reforçou que todas as cinco rotas de integração comercial sul-americana estão incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Segundo ela, a ponte entre Porto Murtinho (MS) e Carmelo Peralta (Paraguai) já está com 70% das obras concluídas e a previsão de entrega é para maio de 2026.
“Há pelo menos 50 anos, Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina, conversam sobre essa rota biooceânica. A Rota 4 [Bioceânica] significa investimentos e negócios. Sabemos que o Brasil é o terceiro maior parceiro comercial do Chile. O povo chileno já é a terceira maior população turística. Quando falamos de turismo, estamos falando da indústria, estamos falando de integração”, completou a ministra.
A mesa também contou com a presença do presidente do Chile, Gabriel Boric, do ministro chileno da Economia, Desenvolvimento e Turismo, Nicolás Grau, e do presidente da Fiems e vice-presidente da CNI, Sérgio Longen.
A visita de Boric ao Brasil teve início no dia anterior, com a assinatura de 13 acordos comerciais com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
De janeiro a março de 2025, o intercâmbio comercial entre Brasil e Chile movimentou cerca de US$ 2,7 bilhões. Nesse período, o Brasil exportou US$ 1,56 bilhão e importou US$ 1,21 bilhão, registrando superávit de US$ 350 milhões. Entre os principais produtos exportados estão óleos brutos de petróleo, carnes, automóveis e tratores. Já as importações incluem salmão, vinhos e derivados de cobre.
O Brasil abriga o maior volume de investimentos externos do Chile no mundo, com empresas atuando em setores como papel e celulose, varejo e energia. Em contrapartida, o Brasil investe no Chile em áreas como energia, serviços financeiros, alimentos, mineração, siderurgia, construção civil e fármacos.