Por Lauren Netto
Após a realização de um evento com repercussão internacional em alusão ao Dia Internacional do Yoga, Mato Grosso do Sul deu início à fase de implementação do projeto piloto de Pesquisa e Extensão em Yogaterapia no SUS. A iniciativa é desenvolvida pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), em parceria com a Embaixada da Índia, a Secretaria de Estado de Educação (SED) e a Unigran Capital.
O projeto tem como foco o atendimento complementar a pacientes da rede pública de saúde que convivem com doenças crônicas e comorbidades, como hipertensão, diabetes, obesidade, transtornos mentais, além de gestantes e pessoas com dores cervicais e lombares. As ações são baseadas em protocolos consolidados pelo Ministério AYUSH da Índia, integrando práticas tradicionais à medicina contemporânea.
Como parte da estruturação da proposta, 50 profissionais da saúde e da educação foram capacitados por meio de um curso de yogaterapia conduzido pelo professor indiano Satyendra Kumar Singh. A formação envolveu diferentes especialidades, incluindo fisioterapeutas, médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas e professores de yoga.
Para garantir a aplicação segura e padronizada das técnicas, a SES também criou um grupo de trabalho responsável por definir os protocolos que serão seguidos nos municípios participantes. Do total de profissionais capacitados, 28 representam 18 cidades do estado, o que contribui para a interiorização da prática e o acompanhamento regionalizado de seus efeitos.
A proposta integra a política estadual de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICs), já reconhecidas pelo Ministério da Saúde, e busca consolidar a yogaterapia como um recurso permanente no atendimento via SUS em Mato Grosso do Sul.
Segundo Patrícia Mecatti Domingos, referência técnica das PICs na SES, a abordagem terapêutica tem embasamento científico e apresenta resultados importantes. De acordo com ela, “a yogaterapia contribui para a redução do uso excessivo de medicamentos e para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes, sempre com base em protocolos bem definidos e respaldados por evidências científicas”.
A visibilidade do projeto aumentou após o evento realizado no Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande, no início de abril. A atividade foi destacada nas redes oficiais do Morarji Desai National Institute of Yoga, vinculado ao Ministério da Saúde da Índia, e também pelo próprio ministro da pasta, Prataprao Jadhav. O reconhecimento reforça a posição de Mato Grosso do Sul como referência nacional na estruturação da yogaterapia na rede pública.
A expectativa da SES é que os dados obtidos na fase piloto sirvam como base para a expansão do projeto a outras unidades de saúde do estado e, futuramente, para outros estados brasileiros.