Por Lauren Netto
A segunda edição do Concurso Público Nacional Unificado, o "Enem dos Concursos", vai oferecer 3.352 vagas distribuídas entre 35 órgãos da administração pública federal. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (28) pela ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck.
Do total de vagas, 2.180 são para contratação imediata. Dessas, 1.672 exigem nível superior e 508 são destinadas a candidatos de nível intermediário. As 1.172 vagas restantes, todas de nível superior, compõem o cadastro reserva.
A ministra destacou que o cadastro reserva será utilizado conforme a necessidade identificada por cada órgão federal. “A gente fez por cadastro reserva não porque não irá contratar. E, sim, porque a gente fez um quantitativo que a gente pode precisar um pouco menos ou um pouco mais, dependendo do processo de dimensionamento da força trabalho que estamos fazendo [em cada órgão federal]”, explicou.
O novo formato do CNU prevê a realização das provas em duas fases. A prova objetiva será aplicada em 5 de outubro em 228 municípios de todos os estados, como ocorreu na edição anterior. Apenas os aprovados nesta primeira etapa farão a prova discursiva, marcada para 7 de dezembro.
“As provas serão em duas fases, com duas datas diferentes, porque uma habilitará para outra fase. Essa é a grande mudança”, afirmou Dweck. “Isso acontece em outros concursos. A gente não tinha feito assim no CNU 1, tentando fazer tudo na mesma data. Na nossa visão, isso foi um dos pontos que, desde a nossa análise do concurso, era algo que poderia ser aperfeiçoado.”
Novos blocos temáticos
Nesta edição, as vagas serão organizadas em nove blocos temáticos — um a mais do que na primeira edição. Os candidatos poderão se inscrever em diferentes cargos dentro de um mesmo bloco, indicando a ordem de preferência no momento da inscrição.
Escolha da banca
A banca examinadora do concurso ainda será definida. O Ministério da Gestão firmará contrato por meio de chamamento público com dispensa de licitação, modelo já adotado anteriormente. O termo de referência foi enviado nesta segunda-feira às bancas que atendem aos critérios exigidos pelo governo federal.
“Não é uma dispensa de licitação sem concorrência. É uma maneira que a administração pública utiliza, diante de ter poucas bancas que são capazes de fazer um concurso dessa dimensão”, explicou Dweck.
Com a escolha da banca, a expectativa é que o edital seja publicado no início de julho. As inscrições devem ser abertas no mesmo mês e os resultados finais estão previstos para fevereiro de 2026.
Balanço do primeiro CNU
A primeira edição do CNU, realizada em 2024, foi considerada o maior concurso já promovido no Brasil. Ao todo, 2.144.397 pessoas se inscreveram para disputar 6.640 vagas em 21 órgãos públicos, com salários entre R$ 3.741,84 e R$ 22.921,71.
As provas ocorreram em 18 de agosto de 2024, simultaneamente, em 228 cidades. A proposta do governo foi ampliar o acesso da população às carreiras públicas, por meio de um modelo unificado de seleção e com taxa única de inscrição. Cerca de 1 milhão de candidatos participaram da aplicação.
Na última sexta-feira (25), o governo federal publicou portaria autorizando a primeira convocação de 4,3 mil aprovados no concurso de 2024. As nomeações estão previstas para maio e contemplam 16 órgãos da administração pública federal.