Com IA, é possível produzir mais alimentos usando menos recursos, diz CEO da JBS

Em conferência nos Estados Unidos, Gilberto Tomazoni destacou papel da inovação e da IA na produção de alimentos

06/05/2025 00h00 - Atualizado há 1 mês

Por Redação

O uso da inteligência artificial (IA) tem potencial para transformar a produção de alimentos em escala global, tornando-a mais eficiente e sustentável. A avaliação foi feita pelo CEO Global da JBS, Gilberto Tomazoni, nesta segunda-feira (6), durante participação no painel “Business and the Global Economy: Driving Growth and Innovation”, realizado na Global Conference 2025 do Milken Institute, em Los Angeles.

Ao abordar o papel da inovação no setor alimentício, Tomazoni defendeu que avanços tecnológicos são fundamentais para atender à crescente demanda global por alimentos. “Ser sustentável significa produzir mais com menos”, afirmou. Para ele, a combinação entre biotecnologia e IA “pode realmente acelerar a produtividade e impulsionar tudo”. A agricultura regenerativa foi citada como exemplo de prática que melhora a saúde do solo, contribui para a fixação de carbono e amplia a biodiversidade.

O executivo também destacou a importância de incluir o setor de alimentos nas estratégias de desenvolvimento sustentável, especialmente diante do aumento da população e da necessidade de garantir segurança alimentar. “Acredito que podemos enfatizar a agenda da segurança alimentar”, disse, ao citar estimativas da ONU de que 2,3 bilhões de pessoas vivem em situação de insegurança alimentar moderada ou severa.

Outro ponto central da fala do CEO foi a defesa de políticas voltadas aos pequenos produtores, que são responsáveis por pelo menos 30% da produção mundial de alimentos. Tomazoni ressaltou que é essencial garantir a esse público o acesso a tecnologias como IA e biotecnologia, além de suporte técnico e financeiro para mitigar riscos.

O presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, concordou com a avaliação e reforçou a necessidade de manter os pequenos agricultores no campo. “Sobre agricultura como negócio, como Gilberto mencionou, o maior problema nos mercados emergentes são os pequenos agricultores, os filhos não querem seguir na agricultura”, observou. Para ele, “a melhor forma de fazer isso é por meio de cooperativas, tecnologia, fertilizantes melhores, marketing eficiente, melhores preços e ferramentas de IA, que, por exemplo, permitam ao agricultor identificar uma doença na lavoura com o celular e saber qual produto buscar na cooperativa para tratá-la”.

Tomazoni ainda compartilhou exemplos de como a JBS já utiliza a IA em suas operações, tanto no contato direto com consumidores — para entender preferências e necessidades — quanto na previsão de demanda, visando reduzir desperdícios na indústria e no varejo. A tecnologia também tem sido aplicada para melhorar o desempenho das operações, nas fábricas e nas fazendas.

O painel também contou com a presença de Mariam bint Mohammed AlMheiri, CEO do grupo 2PointZero, e Rich Lesser, presidente global da consultoria BCG. A moderação foi feita por Gerard Baker, repórter especial do Wall Street Journal.


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