Por Redação
O medicamento Mounjaro, fabricado pelo laboratório americano Eli Lilly, começou a ser vendido no Brasil por meio de plataformas como o iFood e por grandes redes de farmácias, após a chegada dos primeiros lotes importados. Segundo o portal Bloomberg Línea, a comercialização teve início neste mês de maio.
Entre os pontos de venda está uma unidade da Ultrafarma no bairro Bom Retiro, em São Paulo, que passou a ofertar a embalagem com quatro canetas na dosagem de 5 mg por R$ 2.384,34. “É do lote que o fabricante começou a distribuir. O preço está alinhado ao Preço Máximo Permitido ao Consumidor”, informou a rede em nota ao portal.
Na rede Pague Menos, a pré-venda pelo site iniciou na última semana de abril com forte procura. O vice-presidente de Clientes, Renato Camargo, classificou o movimento como uma “explosão de vendas”. Segundo a empresa, foi a primeira farmácia a abrir a pré-venda do produto. Outras redes também aderiram à etapa, limitando o número de caixas disponíveis.
A Eli Lilly havia informado, em abril, que o preço do Mounjaro no varejo nacional poderia chegar a R$ 2.384,34. Originalmente previsto para junho, o início da distribuição foi antecipado para a primeira quinzena de maio, sem definição exata de data.
Até 15 de junho, as farmácias estão autorizadas a vender o medicamento sem retenção de receita, conforme decisão da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que endureceu as regras de prescrição para essa classe de produtos. O preço varia de acordo com a dose: R$ 1.907,29 para 2,5 mg e R$ 2.384,34 para 5 mg, com base em uma alíquota de 18% do ICMS.
A Lilly também oferece preços menores por meio do programa de descontos “Lilly Melhor Para Você”, mediante cadastro no site da empresa. Com isso, o paciente pode adquirir o medicamento por R$ 1.406,75 (2,5 mg) e R$ 1.759,64 (5 mg) em compras pelo e-commerce de redes participantes. Nas lojas físicas, os valores para membros do programa são de R$ 1.506,75 (2,5 mg) e R$ 1.859,65 (5 mg). “Reforçamentos que os preços diferenciados anunciados no final de abril referem-se exclusivamente às promoções de Mounjaro dentro do Programa Lilly Melhor Para Você”, informou o laboratório ao Bloomberg Línea.
Segundo a companhia, cada farmácia tem autonomia para definir estratégias comerciais, incluindo canais e preços. “A Lilly já está distribuindo Mounjaro para as principais redes de farmácias e drogarias em todo o Brasil, e os dados exatos de chegada podem variar de acordo com a localidade”, acrescentou.
O iFood também comentou a comercialização. “A atuação do iFood tem como foco garantir uma experiência segura e confiável para quem utiliza a plataforma”, disse a empresa em nota. A plataforma ressaltou que apenas conecta consumidores a farmácias parceiras que devem seguir as normas da Anvisa.
A Lilly ainda não divulgou os preços nem o cronograma de chegada das demais dosagens do Mounjaro (7,5 mg, 10 mg, 12,5 mg e 15 mg) ao Brasil.
Apresentado como diferente do Ozempic — medicamento similar da dinamarquesa Novo Nordisk — o Mounjaro atua de forma dupla, nos receptores GLP1 e GIP, simulando hormônios responsáveis pelo controle da glicemia e pela perda de peso.
A elevada demanda por esse tipo de caneta injetável, usada semanalmente com microagulha, tem impulsionado os lucros do setor farmacêutico. Contudo, especialistas alertam para os riscos do uso “off label”, ou seja, fora das indicações médicas, especialmente com finalidade estética.
As farmacêuticas, por sua vez, destacam os resultados clínicos e o respaldo de agências reguladoras como o FDA, nos Estados Unidos, e a própria Anvisa. A Novo Nordisk revelou que o sobrepeso e a obesidade já afetam 1 bilhão de pessoas no mundo e que a perda de peso tem impacto positivo no controle da diabetes tipo 2 e na qualidade de vida dos pacientes.
No Brasil, a Novo Nordisk já obteve aprovação para incluir a indicação de tratamento da obesidade na bula do Ozempic. A Lilly também solicitou autorização semelhante para o Mounjaro.
