Por Redação
José Mujica, ex-presidente do Uruguai conhecido mundialmente como “Pepe”, morreu nesta terça-feira (13), aos 89 anos. O político enfrentava um câncer no esôfago, diagnosticado no fim de abril deste ano, e passou seus últimos dias sob cuidados paliativos, com o objetivo de aliviar a dor.
Figura emblemática da esquerda na América Latina, Mujica foi presidente do Uruguai entre 2010 e 2015 e ganhou reconhecimento internacional por sua postura humilde e agenda progressista. Entre os marcos de seu governo estão o apoio ao casamento entre pessoas do mesmo sexo e a criação do primeiro mercado nacional de maconha legalizada.
No fim de setembro de 2023, Mujica passou por uma cirurgia de gastrostomia para facilitar o funcionamento do órgão com o uso de uma cânula. Porém, em janeiro, foi o próprio ex-presidente quem anunciou que o câncer havia se espalhado por todo o corpo e que não se submeteria a novos tratamentos.
Antes de chegar à presidência, Mujica teve uma trajetória marcada pela militância no Movimento de Liberação Nacional - Tupamaros (MLN-T), grupo guerrilheiro que lutou contra a ditadura cívico-militar no Uruguai entre 1973 e 1985. Por sua atuação, passou 13 anos na prisão, sob condições desumanas, em grande parte durante o regime militar.
Desde que se afastou da vida política, em 2020, Mujica continuou participando de debates públicos relacionados à esquerda uruguaia. Em novembro do ano passado, em entrevista à AFP, declarou que a possível vitória de Yamandú Orsi, da Frente Ampla, seria “um sabor agradável de prêmio de despedida”. Mujica esteve presente na posse de Orsi, no dia 2 de março, quando também se encontrou com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.
