Por Redação
Mato Grosso do Sul permanece no topo da lista dos estados com maior taxa de violência contra pessoas idosas no Brasil. De acordo com dados do Atlas da Violência 2024, divulgados nesta segunda-feira (12), o número de casos registrados em 2023 cresceu 70,74% em comparação com o ano anterior.
O levantamento, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostra que a taxa estadual chegou a 312,9 casos por 100 mil habitantes no último ano — mais de três vezes superior à média nacional, de 85,5, e bem acima dos 194,9 registrados em Mato Grosso do Sul em 2022. A marca é a mais alta do País. Em segundo lugar, aparece o estado do Tocantins, com taxa de 266,6.
Em termos absolutos, o estado registrou 1.173 ocorrências de violência contra idosos em 2023, contra 687 em 2022. Isso significa que, em média, um idoso foi agredido a cada 8 horas em Mato Grosso do Sul. Do total de vítimas, 52 precisaram de internação hospitalar, sendo 46 homens e seis mulheres.
A violência contra a população idosa apresentou um aumento acumulado de 86,5% entre 2013 e 2023, e, ao longo de toda a última década, Mato Grosso do Sul liderou o ranking nacional da taxa de agressões a pessoas com mais de 60 anos.
Segundo o Atlas, o aumento registrado em 2023 interrompeu uma sequência de três anos seguidos de queda nas notificações. Ainda de acordo com o estudo, o crescimento expressivo também pode refletir uma melhoria na captação e registro dos dados.
Lesões autoprovocadas entre idosos também preocupam
Além dos casos de violência, o Atlas chama atenção para outro dado alarmante: o número de notificações de lesões autoprovocadas — que incluem tentativas de suicídio — na população idosa. Em 2022, Mato Grosso do Sul apresentou taxa de 25,9 por 100 mil habitantes, a quarta maior do país. Ao todo, foram 97 registros desse tipo no estado.
Sobre o Atlas da Violência
A publicação do Atlas da Violência é feita anualmente pelo Ipea e utiliza dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), ambos sob gestão do Ministério da Saúde. O estudo também considera dados demográficos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e informações do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.