Por Redação
Mato Grosso do Sul está em nível de alerta e apresenta alto risco para a incidência de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), segundo o mais recente Boletim InfoGripe, divulgado nesta quinta-feira (15) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O estado registra tendência de crescimento sustentado nos casos, o que preocupa as autoridades de saúde.
De acordo com o boletim, a tendência de crescimento nas últimas seis semanas revela que o aumento dos registros não é pontual, mas parte de uma progressão consistente. O nível de alerta significa que o número de casos está acima do padrão esperado para esta época do ano, exigindo atenção redobrada da população e dos gestores públicos.
Na capital, Campo Grande, embora o volume de casos também esteja elevado, os dados indicam estabilidade nas últimas semanas. Não há evidência de crescimento contínuo como em outras regiões do estado.
Até a 18ª semana epidemiológica, foram contabilizados 2.708 casos de SRAG em Mato Grosso do Sul, com 203 mortes atribuídas à doença. Do total de ocorrências, 586 foram confirmadas como sendo causadas pelo vírus Influenza. Entre esses, houve 68 óbitos entre pacientes hospitalizados.
A maior parte das internações envolve pessoas idosas, que representam 48,70% dos casos, seguidas por crianças de 1 a 9 anos, com 26,80%. Entre os idosos com confirmação da doença, a evolução para óbito foi registrada em 79,40% dos casos.
Campo Grande lidera o ranking de municípios com maior número de ocorrências, seguida por Corumbá, Ponta Porã e Dourados.
Situação da vacinação
Com o avanço das internações, a capital sul-mato-grossense declarou situação de emergência em saúde pública, principalmente pela elevada ocupação de leitos de UTI neonatal e pediátrica.
Desde o início da campanha de vacinação contra a Influenza, em 24 de março, mais de 410 mil doses foram aplicadas em todo o estado. Esse número coloca Mato Grosso do Sul com a melhor cobertura vacinal do país, segundo o Ministério da Saúde.
A vacina está disponível para toda a população com mais de seis meses de idade. Apesar disso, a cobertura entre os grupos prioritários — crianças, gestantes e idosos com 60 anos ou mais — ainda está em 29,89%, bem abaixo da meta nacional de 90% definida pelo Ministério.