Por Redação
A Prefeitura de Campo Grande vai instalar 85 câmeras de videomonitoramento nas ruas da cidade para registrar infrações de trânsito. A medida consta no aviso de licitação publicado no Diário Oficial desta segunda-feira (12), que detalha o modelo e a quantidade de equipamentos previstos no novo contrato para radares eletrônicos.
Conforme o edital disponível no Portal da Transparência, as câmeras serão do tipo PTZ (Pan-Tilt-Zoom), com tecnologia que permite movimentação panorâmica, inclinação e zoom controlados remotamente. Os moldes serão definidos pela Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran).
Ainda de acordo com as especificações, os equipamentos devem funcionar ininterruptamente, com rotação horizontal de 360 graus e vertical de 180 graus, e resolução HDTV (televisão de alta definição). Cada câmera deverá contar com zoom óptico de 32 vezes e ajuste automático de brilho e contraste, com capacidade de registrar imagens nítidas mesmo em ambientes com pouca luz, dispensando iluminação auxiliar.
O edital exige também que as gravações contenham dados como endereço, data e hora, que devem ser salvos na memória do equipamento mesmo se houver falha na comunicação com a central. Além disso, a empresa contratada deverá fornecer mão de obra especializada para garantir o funcionamento contínuo das câmeras.
Com base em consultas online, esses equipamentos são vendidos entre R$ 1,8 mil e R$ 2,3 mil em plataformas como Amazon e Mercado Livre. No entanto, segundo a planilha orçamentária divulgada pela Prefeitura, o valor unitário estimado para cada câmera será de R$ 646,31 — totalizando cerca de R$ 55 mil pelas 85 unidades.
A licitação também prevê 1.520 locações de equipamentos, com custo de R$ 525,65 cada, somando R$ 798.988,00. Já o valor estimado para a manutenção dos sistemas é de R$ 3.495.422,40. No total, a implantação das câmeras deve custar R$ 4.349.346,75, o que representa cerca de 9% do novo contrato.
Novo contrato terá valor inferior ao anterior
O aviso de licitação também trata do novo contrato geral para radares eletrônicos em Campo Grande. A abertura das propostas está prevista para 27 de maio. O contrato anterior, com o Consórcio Cidade Morena, venceu em setembro de 2023 e não foi renovado. O último aditivo teve duração de 12 meses e um custo de R$ 29.963.827,03, o que equivalia a quase R$ 2,5 milhões por mês.
Já o novo edital estipula teto de R$ 50.255.742,97 para 24 meses, o que representa um valor mensal de R$ 2.093.989,29 — redução superior a 16% em relação ao contrato anterior. A contratação seguirá o critério de menor preço ofertado.
Desde o início do contrato, em 31 de agosto de 2018, o acordo com o Consórcio acumulou sete aditivos, que totalizaram R$ 54.820.284,75. Na época, Campo Grande contava com 93 radares instalados, entre modelos fixos e mistos. Agora, o novo edital prevê a instalação de mais de 500 equipamentos.
Tipos de radares e como funcionam
Os radares fixos monitoram o excesso de velocidade em diferentes pontos das vias. Já as lombadas eletrônicas usam sensores no asfalto para medir a velocidade dos veículos. Os equipamentos do tipo misto, por sua vez, registram avanço de sinal vermelho, parada sobre faixa de pedestre e conversões proibidas, podendo capturar o tráfego em todas as faixas da via.
Quando uma infração é registrada, a imagem da placa é capturada automaticamente e validada por um agente de trânsito. Após essa validação, o auto de infração é enviado ao Detran, que identifica o proprietário do veículo. Em seguida, a notificação é impressa e encaminhada pelos Correios ao endereço do condutor.