Com quase 300 granjas, suinocultura cresce em MS e se consolida como referência nacional em tecnologia de produção

Setor gera 32 mil empregos diretos, conta com 129 empresas e projeta crescimento de 10% até 2025

14/05/2025 00h00 - Atualizado há 1 mês

Por Redação

Com quase 300 granjas espalhadas entre o sul e o norte do estado, a suinocultura de Mato Grosso do Sul se consolida como uma das principais atividades econômicas regionais. A cadeia, que envolve 129 empresas, é responsável por cerca de 32 mil empregos diretos e pela produção de 315 mil toneladas de carne suína apenas em 2024. A expectativa é de crescimento de 10% até o próximo ano.

Os dados foram apresentados durante o 7º Fórum de Desenvolvimento da Suinocultura de MS, promovido pela Asumas (Associação dos Suinocultores de Mato Grosso do Sul), em Dourados. O evento destacou os diferenciais do estado, como a produtividade elevada, o fácil acesso a grãos com preços competitivos, infraestrutura moderna e políticas públicas de fomento.

Durante o fórum, o secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico-Sustentável da Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Rogério Beretta, ressaltou que a suinocultura estadual se destaca não apenas pela escala produtiva, mas também pelo nível de integração com a indústria, pela segurança aos investidores e pelo avanço em soluções sustentáveis.

“Como toda cadeia produtiva, a suinocultura traz um grande desenvolvimento econômico regional e estadual. A gente tem que partir do princípio que as atividades do campo precisam se diversificar, e essa é uma atividade que se enquadra bem em pequenas propriedades”, destacou o secretário.

Segundo Beretta, ainda que a atividade demande investimentos expressivos, sua natureza integrada à indústria garante estabilidade aos empreendedores.

“Traz segurança para o investidor, promove o desenvolvimento local, gera empregos e movimenta uma cadeia de fornecedores de insumos, tanto para a indústria quanto para as propriedades rurais”, afirmou.

Desafios e biossegurança

O secretário também reconheceu os desafios que produtores enfrentam, sobretudo os de menor porte.

“Toda atividade econômica tem dificuldades. Não é uma coisa estática, vai mudando com o tempo. Em determinados momentos, surgem entraves ambientais, em outros, econômicos. Hoje, uma das grandes preocupações do governo é a biossegurança”, pontuou.

A prevenção de doenças e a garantia da sanidade animal são vistas como fundamentais.

“O que o Estado tem feito é trabalhar lado a lado com os produtores e a indústria para antecipar possíveis problemas. Há um trabalho muito forte da Iagro, nossa agência de defesa sanitária, com visitação às propriedades e fiscalização das medidas de isolamento e segurança.”

Beretta informou que aproximadamente 300 produtores atuam atualmente no setor, com presença em municípios como São Gabriel do Oeste. Segundo ele, o abate anual gira em torno de um milhão de suínos gordos. A indústria de São Gabriel, por exemplo, deve dobrar sua capacidade, passando de 2.500 para 5 mil abates diários. Em Dourados, a Seara também ampliou sua operação, de 5 mil para 10 mil suínos por dia.

“Apenas a Seara de Dourados emprega mais de 8 mil funcionários. Realmente provoca o desenvolvimento local e movimenta um volume muito grande de recursos”, acrescentou.

Segundo Beretta, o avanço da suinocultura é estratégico para o desenvolvimento de Mato Grosso do Sul:

“O Governo vê com muito otimismo o avanço da cadeia produtiva de suínos. Por isso tem realizado inúmeras ações em prol da cadeia, como a modernização do programa de incentivos Leitão Vida, que agora premia quem produz ainda com mais sustentabilidade.”

União do setor e uso de biogás

Para o presidente da Asumas, Renato Spera, o fórum também reforça a articulação entre os produtores e a importância do crescimento sustentável.

“Estamos vivendo um momento único. A suinocultura de MS está madura, estruturada e pronta para crescer ainda mais. Temos atuado fortemente para representar os interesses dos suinocultores, buscar soluções para os desafios do setor e construir, com os produtores, um futuro cada vez mais próspero.”

Um dos destaques do evento foi o aproveitamento de dejetos da suinocultura para geração de energia. Segundo Beretta, a tecnologia tem transformado um antigo problema ambiental em uma nova fonte de receita.

“Sempre foi uma preocupação ambiental, mas hoje virou uma oportunidade. A tecnologia trouxe soluções”, explicou.

O processo envolve lagoas de decantação, onde os resíduos passam por fermentação e produzem biogás. Com tecnologias atuais, esse biogás pode ser convertido em biometano, com múltiplas aplicações.

“Pode ser usado em residências, como combustível de veículos ou para geração de energia elétrica. Isso virou uma nova fonte de renda para os produtores.”, reiterou o secretário.

Referência nacional

Ao encerrar sua participação no fórum, Beretta destacou o protagonismo de Mato Grosso do Sul na suinocultura brasileira:

“O Estado com certeza é uma referência. Todos os anos recebemos os balanços dos melhores índices de produção do Brasil e sempre estamos muito bem colocados, entre primeiro, segundo ou terceiro lugar”.

Ele também elogiou o parque industrial do estado, com destaque para a planta de Dourados.

“A fábrica de Dourados é o que há de mais moderno em tecnologia de abate. É uma indústria que produz enormes quantidades de linguiça calabresa, presunto, bacon. Nossa suinocultura é, sem dúvida, uma das mais tecnológicas do país.”


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