Por Redação
Mato Grosso do Sul registrou a quarta maior alta na taxa de homicídios do Brasil entre 2022 e 2023, com crescimento de 5,1% no número de assassinatos por 100 mil habitantes. O dado foi divulgado nesta segunda-feira (12) pelo Atlas da Violência, publicação elaborada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
À frente de MS, apenas três estados apresentaram aumento mais expressivo no período: Amapá (41,7%), Rio de Janeiro (13,6%) e Pernambuco (8%).
Apesar da elevação recente, a comparação com o período de 2013 a 2023 aponta redução de -17,2% nos homicídios registrados no estado ao longo da última década.
Em 2023, Mato Grosso do Sul teve uma taxa de 20,7 assassinatos por 100 mil habitantes. O número está abaixo da média nacional (21,2), mas contraria a tendência de queda observada no país, que recuou 2,3% em relação a 2022.
Segundo o Atlas, esse recuo no cenário nacional está relacionado a uma “revolução invisível” na segurança pública, com foco na substituição do policiamento ostensivo por políticas de prevenção, gestão por resultados e uso da inteligência policial, adotadas por alguns estados.
Jovens são as principais vítimas
Entre os 16 estados analisados em recorte específico da pesquisa, Mato Grosso do Sul aparece como o segundo mais violento para jovens de 15 a 29 anos. O levantamento identificou um aumento de 17,1% na taxa de mortes nesse grupo etário, ficando atrás apenas do Amapá, com alta de 49,1%.
Violência contra mulheres recua
Em contraste com os dados gerais, o estado apresentou redução de 32% no número de homicídios de mulheres entre 2022 e 2023. No entanto, o recorte racial revela uma desigualdade persistente: 56,3% das vítimas de homicídios femininos no estado eram mulheres negras, grupo que corresponde a 56,7% da população feminina sul-mato-grossense.
Cresce violência contra negros e indígenas
A população negra foi a mais afetada pela violência letal em Mato Grosso do Sul. Em 2022, foram registrados 343 homicídios de pessoas negras; em 2023, esse número subiu para 375.
Também houve aumento na taxa de assassinatos de indígenas no estado: a elevação foi de 4,3% no período.