Por Redação
Quase 1,5 milhão de beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) solicitaram o reembolso de mensalidades que foram descontadas de suas aposentadorias e pensões sem autorização prévia.
O balanço, divulgado no sábado (17), corresponde aos quatro primeiros dias de consultas sobre os descontos realizados por entidades associativas na folha de pagamento dos segurados. Segundo o INSS, até as 17h do sábado, 1.467.933 beneficiários já haviam registrado que não autorizaram os abatimentos e pediram o valor de volta.
Os pedidos começaram a ser feitos após a Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU). A investigação apura um esquema de fraudes envolvendo sindicatos e associações que teriam cobrado mensalidades diretamente da folha dos aposentados sem o devido consentimento.
A Polícia Federal investiga suspeitas de lavagem de dinheiro, corrupção e enriquecimento ilícito, com possível envolvimento de funcionários públicos. O então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e outros dirigentes do instituto foram afastados dos cargos. Também houve mudança no comando da Previdência: o ministro Carlos Lupi (PDT) pediu demissão e foi substituído pelo então secretário-executivo Wolney Queiroz, que assumiu o ministério no dia 2 de maio.
Entre quarta-feira (14) e sábado (17), foram registradas 1.494.956 consultas, das quais 98% resultaram em pedidos de reembolso por descontos não autorizados. Apenas 27.023 beneficiários alegaram ter autorizado os pagamentos.
As contestações foram feitas por meio do aplicativo Meu INSS e pela Central 135. No total, 41 entidades foram alvo de questionamentos por parte dos segurados. O governo já anunciou que vai ressarcir os aposentados e pensionistas prejudicados.