Por Redação
Após passar por um período de reabilitação no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), em Campo Grande, a onça-pintada responsável pela morte do caseiro Jorge Ávalo, de 62 anos, em uma fazenda do Pantanal, foi transferida para São Paulo. No seu novo lar, o Instituto Ampara Animal, o felino também ganhou um novo nome: Irapuã.
O animal foi capturado em abril, poucos dias após o ataque, e chegou ao Cras em estado debilitado. Conforme a veterinária gestora do Hospital Veterinário Ayty e coordenadora do CRAS, Aline Duarte, a onça — um macho de 94 kg — passou por exames, recebeu hidratação e acompanhamento nutricional, saindo do centro com 107 kg. “O felino chegou desidratado e com baixo peso”, explicou Aline.
Em cerca de três semanas de cuidados, o animal ganhou aproximadamente 13 kg, resultado do suporte recebido durante os pouco mais de 20 dias em que permaneceu no Cras, em Mato Grosso do Sul.
A transferência para o Instituto Ampara Animal ocorreu devido à adaptação da onça ao contato humano, o que inviabiliza sua reintegração à natureza. Segundo nota do Governo do Estado, o local abriga outros oito felinos da mesma espécie — sendo cinco onças-pintadas e três onças-pardas —, todos vítimas de interferência humana que impossibilita o retorno ao habitat natural.
De acordo com o veterinário Jorge Salomão, responsável técnico da Ampara Silvestre, o ambiente onde Irapuã viverá não é aberto à visitação. Ele destaca que os recintos possuem entre dois e seis mil metros quadrados, com vegetação nativa e áreas cavadas no solo chamadas de “grotões”.
“São o mais próximo possível do que o animal iria encontrar em vida livre. Recebemos animais que não podem voltar para a vida livre, por diversos motivos, cada um com o seu motivo específico”, pontuou.