Por Redação
O Governo de Mato Grosso do Sul autorizou o uso do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) para incentivar a expansão dos pomares de citricultura no estado. A medida foi formalizada em documento assinado pelo secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, que também preside o Conselho Estadual de Investimentos Financiáveis (CEIF) pelo FCO.
A deliberação permite a concessão de crédito para a implantação de pomares, com limite de financiamento de até 500 hectares por proposta, totalizando no máximo R$ 20 milhões ao ano. O Artigo 2º do documento ressalta que "das propostas a serem assistidas com recursos do FCO não fica incluso a implantação de sistema de irrigação".
A iniciativa faz parte da estratégia do governo estadual de diversificar a matriz econômica, incorporando a citricultura ao grupo de "atividades estratégicas" apoiadas pela gestão. Entre os benefícios destacados estão a durabilidade produtiva dos pomares — que podem se manter ativos por cerca de 20 anos —, a geração de emprego no campo e a contenção do êxodo rural, já que "um posto de trabalho é criado para cada quatro hectares de plantação", conforme destaca o governo.
Além de promover a agricultura sustentável, o setor também integra a cadeia global de exportação de suco de laranja, o que amplia o potencial econômico da produção no estado.
O avanço da citricultura em Mato Grosso do Sul já atraiu grandes investidores, como a Cambuhy Agropecuária (Grupo Moreira Salles), o Grupo Junqueira Rodas e a Cutrale. A meta da Semadesc é dobrar a área plantada, passando dos atuais 15 mil hectares para 30 mil nos próximos anos.
A Cutrale, por exemplo, iniciou a primeira fase de implantação de cerca de cinco mil hectares em Sidrolândia há dois meses, com investimento previsto de R$ 500 milhões e estimativa de produção anual de oito milhões de caixas de laranja. Dependendo dos resultados, o grupo pode dobrar o volume e ampliar os investimentos para até R$ 1 bilhão no estado.
Outro grande aporte vem do Grupo Moreira Salles, que anunciou em 2024 um investimento de R$ 1,2 bilhão para o plantio de laranjas em Ribas do Rio Pardo. O projeto prevê, ainda neste ano, a colheita de até oito milhões de caixas da fruta.