Para conter bronquiolite em crianças, Ministério da Saúde incorpora nova vacina ao SUS

Medida busca reduzir mortalidade infantil com vacinação de gestantes e bebês com comorbidades

21/05/2025 00h00 - Atualizado há 1 mês

Por Redação

Com o objetivo de ampliar a prevenção contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), o Ministério da Saúde anunciou a incorporação de duas novas tecnologias ao Sistema Único de Saúde (SUS). As medidas incluem a adição do anticorpo monoclonal nirsevimabe e da vacina recombinante contra os vírus sinciciais A e B ao calendário de imunização.

Segundo o Ministério, o nirsevimabe será destinado a bebês prematuros e crianças de até dois anos com comorbidades. Já a vacina recombinante será aplicada em gestantes, com o intuito de proteger os recém-nascidos nos primeiros meses de vida. “A medida faz parte de uma estratégia para reduzir a mortalidade infantil associada ao vírus, por meio da imunização ativa de gestantes e bebês prematuros”, afirmou o Ministério da Saúde, em nota.

De acordo com a pasta, o nirsevimabe é um anticorpo monoclonal que fornece proteção imediata contra o VSR, sem depender da resposta imunológica da criança. A vacina para gestantes, por sua vez, “estimula uma resposta imunológica da mãe, fazendo com que a criança recém-nascida receba anticorpos ainda na gestação, proporcionando proteção nos primeiros meses de vida, que é o período de maior vulnerabilidade”.

O VSR é considerado uma das principais causas de infecções respiratórias graves em bebês com até seis meses, incluindo casos de bronquiolite. Segundo dados do Ministério da Saúde, até o momento, foram registrados 835 casos confirmados de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com outros 187 em investigação. Desses, 315 são provocados pelo VSR.

O Ministério também contabilizou 118 mortes confirmadas por SRAG, sendo 9 causadas pelo vírus sincicial, 43 pela Influenza e 10 pelo vírus da Covid-19. Em Campo Grande, crianças com até 1 ano representam 29,4% dos casos de SRAG registrados em 2025.

Em âmbito nacional, a Secretaria de Atenção Primária à Saúde aponta que o VSR é responsável por aproximadamente 80% dos casos de bronquiolite e até 60% dos quadros de pneumonia em crianças com menos de dois anos. A estimativa é que uma em cada cinco crianças infectadas precise de atendimento ambulatorial e uma em cada 50 seja hospitalizada no primeiro ano de vida.

Atualmente, o nirsevimabe e a vacina recombinante estão disponíveis apenas na rede privada de saúde e em laboratórios. No SUS, a única alternativa de prevenção contra o VSR até agora é o palivizumabe, indicado para bebês prematuros extremos, com até 28 semanas de gestação, e crianças com até dois anos que apresentem doença pulmonar crônica ou cardiopatia congênita grave.

A expectativa é que a vacina nirsevimabe esteja disponível na rede pública a partir do segundo semestre de 2025. Enquanto isso, a vacinação contra a Influenza segue em andamento. Até agora, foram aplicadas 220.991 doses em Campo Grande, o que corresponde a 40,11% da cobertura vacinal. Do total, 89.898 doses foram destinadas ao público-alvo. A vacina está disponível para toda a população a partir de seis meses de idade nas unidades de saúde da Capital.


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