Governo de MS articula com setor avícola ações de prevenção após foco de gripe aviária no RS

Reunião contou com representantes da indústria, governo e entidades do setor; campanha de biossegurança será lançada

21/05/2025 00h00 - Atualizado há 1 mês

Por Redação

Após a confirmação de um foco de gripe aviária em uma granja comercial de Montenegro (RS), o Governo de Mato Grosso do Sul reuniu, na tarde desta segunda-feira (19), representantes de toda a cadeia produtiva da avicultura do Estado para reforçar estratégias de vigilância e prevenção sanitária. A reunião, realizada de forma on-line, foi coordenada pela Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação).

Participaram do encontro o secretário da Semadesc, Jaime Verruck, o secretário-adjunto Artur Falcette, o secretário-executivo Rogério Beretta, o diretor-presidente da Iagro, Daniel Ingold, o diretor-adjunto Cristiano Oliveira, o coordenador de Pecuária da Semadesc, Marivaldo Miranda, e o técnico Rubens Correa. Também estiveram presentes representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), da SFA/MS (Superintendência Federal de Agricultura), da Avimasul (Associação dos Avicultores de MS), da Secretaria de Estado de Saúde, da Assembleia Legislativa e das empresas Frango Belo, JBS e BRF.

Durante a reunião, o Mapa apresentou um panorama das ações adotadas até o momento, incluindo o isolamento sanitário da área afetada e o cumprimento de protocolos internacionais. “Todas as medidas já foram tomadas pelo Ministério da Agricultura em relação à granja no Rio Grande do Sul. Há também outros seis casos em avaliação no país, mas nenhuma nova confirmação até agora”, explicou o secretário Jaime Verruck.

Segundo ele, o Brasil seguirá sob restrições de exportação por ao menos 28 dias, em decorrência do ciclo do vírus. “Alguns países já suspenderam temporariamente as compras de todo o território nacional. O nosso trabalho agora é reforçar o diálogo para que essas restrições sejam regionais, e não nacionais, como ocorreu anteriormente”, destacou.

No caso de Mato Grosso do Sul, as indústrias do setor continuam operando normalmente. “As empresas estão acompanhando o cenário internacional, mas seguem operando normalmente. Vamos continuar monitorando para que, se houver impactos, tenhamos condição de agir com rapidez”, afirmou Verruck, citando unidades como a da JBS, em Sidrolândia — que exporta cerca de 80% da produção — e a planta da BRF.

Como medida imediata, será lançada uma campanha educativa coordenada pela Avimasul, com foco na biossegurança das granjas e na capacitação das equipes de apanha de frangos. “Todas as nossas granjas já possuem protocolos de biossegurança, mas é fundamental reforçar, recapacitar e garantir que todos os trabalhadores estejam preparados. A gripe aviária é uma preocupação, está presente no país, e precisamos manter vigilância constante, como já estamos fazendo em Mato Grosso do Sul”, alertou o secretário.

Verruck também destacou a importância da articulação entre governo, setor produtivo e indústria. “Nosso compromisso é garantir uma atuação conjunta, transparente e técnica. As informações devem ser homogêneas, e as ações precisam ser coordenadas para preservar a confiança dos mercados e proteger nossa produção”, finalizou. Uma nova reunião está marcada para a próxima semana para reavaliar o cenário e manter a articulação institucional.

Exportações do setor avícola em MS

Em 2024, Mato Grosso do Sul exportou aproximadamente US$ 359 milhões em carne de frango, totalizando cerca de 178 mil toneladas. Os principais destinos foram China, Japão e Iraque, que concentraram quase 44% do valor exportado.

Já nos primeiros quatro meses de 2025, o Estado embarcou 66 mil toneladas e arrecadou cerca de US$ 134 milhões, com destaque para China (17%) e Japão (16%) como maiores compradores.

No contexto nacional, o Brasil exportou US$ 9,74 bilhões em carne de frango em 2024, com volume de 5,16 milhões de toneladas. Mato Grosso do Sul respondeu por 3,7% do valor total e 3,5% do volume. Entre janeiro e abril de 2025, o país exportou US$ 3,42 bilhões e 1,81 milhão de toneladas, enquanto MS contribuiu com US$ 133,9 milhões e 65,8 mil toneladas — representando 3,9% do valor e 3,6% do volume nacional.


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