Por Redação
A primeira estação meteorológica instalada no Pantanal iniciou a transmissão de dados em fase de teste, marcando um novo passo na ampliação da rede de monitoramento climático em Mato Grosso do Sul. O equipamento, localizado na Fazenda Campo Zélia, na região da Nhecolândia, em Corumbá, já está enviando informações automaticamente para a base da NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica), nos Estados Unidos, que redistribui os dados para instituições nacionais responsáveis pelos boletins meteorológicos.
A instalação foi concluída no último domingo (18), e a operação de envio dos dados começou nesta terça-feira (20). A estação faz parte da rede coordenada pelo Cemtec/MS (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima) e integra o projeto de expansão promovido pelo Governo do Estado.
Ao todo, serão instaladas 19 novas estações meteorológicas, sendo oito no Pantanal. Com isso, o Mato Grosso do Sul passará a contar com 61 estações interligadas: 42 instaladas pelo Governo e 27 pertencentes ao Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).
As novas unidades são compostas por equipamentos de alta tecnologia, incluindo sensores de temperatura, umidade, vento, radiação solar, pluviômetro, sensor de pressão atmosférica, datalogger, antena GOES, torre tubular de 10 metros, entre outros. Todas seguem o Padrão Inmet e OMM (Organização Mundial de Meteorologia).
O projeto é executado por meio de uma parceria firmada entre a Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) e a Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja), com investimento de R$ 7,89 milhões.
Para o secretário da Semadesc, Jaime Verruck, o sistema vai contribuir diretamente para o desenvolvimento sustentável. “Vamos melhorar a cobertura espacial dos dados meteorológicos em Mato Grosso do Sul, aprimorar a previsão do tempo e proporcionar uma série histórica de coleta de dados climáticos essenciais para o Estado. Isso vai permitir o desenvolvimento de políticas públicas mais eficazes no enfrentamento de problemas ligados a fenômenos ambientais. As novas estações preenchem vazios que havia em regiões, sobretudo da bacia do rio Paraguai, onde não se tinha informações precisas sobre níveis de precipitação, temperaturas e outros dados climáticos”, comenta.
Das 19 novas estações, 11 serão instaladas nos municípios de Alcinópolis, Amambai, Anaurilândia, Água Clara, Inocência, Figueirão, Naviraí, Nioaque, Ribas do Rio Pardo, Paraíso das Águas e Corguinho. As outras oito ficam na Planície Pantaneira, cobrindo regiões como Rio Paraguai, Nabileque, Nhecolândia, Abobral, Cáceres e Paiaguás.
Segundo Verruck, o reforço no monitoramento traz benefícios diretos para o Pantanal. “Essas estações vão permitir a cobertura de todo o nosso território. Na região do Pantanal, que hoje conta com apenas uma subestação, teremos sete estações meteorológicas, ampliando o monitoramento do clima no bioma, favorecendo a pesquisa científica e promovendo uma série de outros benefícios para a região”, destacou.
A coordenadora do Cemtec, meteorologista Valesca Fernandes, reforça que o investimento permitirá avanços importantes. “A ampliação da rede permite um melhor monitoramento da variabilidade climática, possibilitando uma compreensão mais profunda das mudanças climáticas e seus impactos na região, como secas prolongadas e chuvas intensas. Com um maior número de dados coletados, as previsões meteorológicas se tornam mais acuradas, favorecendo a calibragem dos modelos de previsão e, consequentemente, serviços meteorológicos mais eficazes”.
Todos os dados gerados pelas estações estarão disponíveis para consulta pública nas plataformas do Cemtec/MS e do Inmet, ampliando o acesso à informação e a capacidade de planejamento em setores como agronegócio, indústria, turismo e prevenção de desastres climáticos.
