Por Redação
A Santa Casa de Campo Grande anunciou, na manhã desta sexta-feira (23), a restrição de atendimentos no pronto-socorro adulto e pediátrico devido à superlotação. Em ofício, o hospital informou que só serão aceitos casos classificados como emergência, e mesmo esses precisarão passar por avaliação do Núcleo Interno de Regulação (NIR), em conjunto com a Regulação Municipal e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), para definir quais pacientes ainda poderão ser recebidos.
A ala vermelha adulta do hospital conta atualmente com apenas seis vagas disponíveis. No setor pediátrico, a situação é ainda mais crítica: são apenas três leitos vagos, com seis pacientes internados — cinco deles dependem de respiradores e utilizam balas de oxigênio, devido à “insuficiência estrutural”, conforme destacou a instituição.
Segundo a Santa Casa, os leitos das alas adulta e pediátrica são contratados pelo município, e a unidade hospitalar afirma que está operando acima da capacidade prevista em contrato.
No mês passado, a Prefeitura Municipal de Campo Grande anunciou que, além do repasse mensal de R$ 5 milhões, um adicional de R$ 1 milhão será transferido à instituição, elevando o total a R$ 6 milhões mensais.
Já o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES), repassa R$ 9 milhões por mês à Santa Casa. Além disso, destinou um aporte extra de R$ 25 milhões, a ser pago em três parcelas até junho. A primeira foi quitada em abril.
Apesar desses repasses, o hospital ainda enfrenta dificuldades financeiras. A Santa Casa declarou ao Ministério Público Estadual que seu déficit mensal é de R$ 13,2 milhões. No balanço de 2024, a instituição informou um faturamento de R$ 383,5 milhões, enquanto os custos somaram R$ 542,4 milhões.
