Por Redação
A Casa de Cultura recebe nesta terça-feira (27), às 19h, a mostra inédita “Carmen Portinho: pioneira do urbanismo no Brasil”, que chega pela primeira vez a Campo Grande. A exposição retrata a vida e o legado da sul-mato-grossense que se tornou um dos maiores nomes do urbanismo no país.
A itinerância da exposição teve início no Edifício Jorge Machado Moreira, sede da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ (FAU/UFRJ), no Rio de Janeiro, em outubro de 2024. Agora, em sua cidade natal, a iniciativa é promovida pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Mato Grosso do Sul (CAU/MS), em parceria com o IAB/MS (Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento MS), o IAB-RJ (Departamento do Rio de Janeiro) e o Núcleo de Desenvolvimento e Pesquisa (NPD) da UFRJ.
A mostra foi concebida a partir da tese de doutorado da arquiteta e urbanista Marcela Abla, presidente do IAB-RJ. Intitulada “Gênero e produção de habitação social: uma perspectiva para o planejamento urbano a partir do pensamento de Elizabeth Denby, Carmen Portinho, Margarete Schütte-Lihotzky e Catherine Bauer”, a pesquisa foi defendida na FAU/UFRJ.
Curadora da exposição, Marcela Abla destaca o papel inovador da homenageada. “A mostra apresenta projetos de arquitetos renomados, desenvolvidos sob a direta supervisão de Carmen Portinho, conforme princípios que considerava inalteráveis: bem-estar social, melhores condições habitacionais, uma cidade justa e, principalmente, a independência feminina”. Para Marcela, realizar a exposição na terra natal de Carmen “reforça a importância de valorizar e divulgar o legado de uma das pioneiras do urbanismo no Brasil”.
Carmen Portinho teve papel decisivo na introdução do conceito de unidade de vizinhança no país. Ao lado do arquiteto Affonso Eduardo Reidy, seu companheiro, liderou iniciativas emblemáticas de habitação popular, como os conjuntos residenciais Pedregulho (Prefeito Mendes de Moraes), Marquês de São Vicente, Visconde de Santa Isabel e Paquetá — este último projetado por Francisco Bolonha.
Ao longo da carreira, também esteve à frente de instituições culturais e educacionais. Dirigiu o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro entre 1952 e 1978, coordenando inclusive a construção da sede da instituição. Entre 1967 e 1988, comandou a Escola Superior de Desenho Industrial. De 1988 a 2001, foi assessora do Centro de Tecnologia e Ciências da UERJ.