Por Redação
Integrantes do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul que participaram do intercâmbio “Gestão Integrada de Incêndios”, realizado entre os dias 10 e 21 de maio nos Estados Unidos, devem aplicar os conhecimentos adquiridos durante a Operação Pantanal 2025. O programa abordou estratégias de prevenção e combate a incêndios florestais e contou com a presença de militares também dos estados de São Paulo e Paraná.
A iniciativa foi promovida pelos Conselhos Americanos para Educação Internacional, em parceria com o Departamento de Estado dos EUA. Durante a viagem, os participantes visitaram agências especializadas, centros de coordenação de emergências, participaram de simulações, debates operacionais e acompanharam ações em campo em estados com histórico significativo de incêndios, como Idaho, Novo México e Miami.
As visitas técnicas abordaram uma série de temas fundamentais, entre eles táticas de combate ao fogo, uso de aeronaves, logística de grandes operações, comportamento do fogo, meteorologia aplicada, segurança, queima prescrita e liderança em cenários críticos. Segundo os militares, o contato com as práticas norte-americanas ampliou a visão estratégica e fornecerá subsídios importantes para melhorias nas operações em território brasileiro.
Um dos representantes da comitiva, o major Eduardo Rachid Teixeira, subdiretor da Diretoria de Proteção Ambiental dos Bombeiros, destacou que, embora o Estado ainda enfrente desafios no combate aos incêndios, o intercâmbio demonstrou que as ações adotadas estão alinhadas com boas práticas internacionais.
“Durante o intercâmbio, tivemos a confirmação de que o Estado está no caminho certo no enfrentamento aos incêndios florestais, adotando uma abordagem de responsabilidade compartilhada com os produtores rurais, organizações não governamentais e o poder público. Essa integração contribui para aumentar a resiliência das comunidades e promover a conservação da nossa fauna e flora”, afirmou.
Ele também ressaltou que, apesar de as regiões visitadas apresentarem vegetação semelhante à do Mato Grosso do Sul, a principal diferença está na organização das ações preventivas.
“Visitamos regiões com a vegetação similares, mas com condições climáticas diferentes. Apesar de os bombeiros americanos e das organizações que atuam no combate terem à disposição uma estrutura de equipamentos reforçada para o trabalho, a cultura é a da prevenção, com destaque para a integração e a padronização dos serviços. Toda a população é envolvida nesse processo e cada um tem o seu papel definido com o objetivo de proteger suas riquezas e evitar que os incêndios aconteçam. Essa estratégia envolve treinamento da população em geral e divulgação de informações e recursos sobre incêndios, como alertas, notícias e mapas", explicou.
Segundo o major, o uso do fogo como ferramenta de manejo também é amplamente aceito e planejado nos Estados Unidos, com foco em restaurar ecossistemas e reduzir riscos.
“As queimadas prescritas são bem estruturadas e o uso do fogo é comum nas comunidades para auxiliar a restaurar os ecossistemas e reduzir as ameaças de grandes incêndios. Nesse sentido, também conhecemos os planos comunitários de proteção contra incêndios e as ações de redução de árvores e arbustos como forma de prevenção. Todo o conhecimento foi de grande valia e poderemos aplicar técnicas simples adotadas pelos bombeiros americanos já na Operação Pantanal 2025”, afirma o major Teixeira.
Além dele, participaram do intercâmbio o tenente-coronel Leonardo Rodrigues Congro, a tenente-coronel Tatiane Dias de Oliveira e o capitão Samuel Pedrozo Borges.