Por Redação
O vôlei de praia conquistou protagonismo na edição deste ano dos Jogos Escolares da Juventude de Mato Grosso do Sul. Em Três Lagoas, sede da terceira etapa da competição, a modalidade bateu recorde de participação com 91 duplas inscritas — 45 femininas e 46 masculinas. O número representa um crescimento de cerca de 28% em relação a 2023, quando foram registradas 71 duplas.
O aumento expressivo levou à reclassificação da modalidade, que deixou de ser tratada como esporte individual e passou a integrar o grupo dos esportes coletivos. Com mais atletas em disputa, o cronograma da competição também precisou ser ampliado, estendendo os dias de jogos para comportar todas as partidas.
Organizados pela Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul), por meio da Setesc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura), os Jogos Escolares de 2024 reúnem mais de 3,2 mil participantes, entre atletas, técnicos e dirigentes de 63 municípios sul-mato-grossenses. Além do vôlei de praia, esta fase inclui as modalidades de handebol e basquetebol e segue até o dia 1º de junho.
Entre os destaques locais está a atleta Kesia Rafaela dos Santos, de 16 anos, representante de Três Lagoas. Com passagem pelo vôlei de quadra desde os 12 anos, ela compete no vôlei de praia há dois anos e já acumula bons resultados.
“Eu jogo vôlei de praia há dois anos, mas venho do vôlei de quadra, que treino desde os 12 anos. A principal diferença está nas regras, como o uso da espalmada, o croc e a proibição da digital dos dedos no vôlei de praia”, explica Kesia.
Ela e sua parceira, Clara Ventania, também de 16 anos, ficaram em segundo lugar na edição passada dos jogos. Agora, disputam o título em casa.
“No ano passado, minha parceira e eu ficamos em segundo, perdendo um jogo acirrado por 18 a 16. Agora, estamos focadas em conquistar o primeiro lugar”, afirma Clara.
A atleta observa ainda o crescimento do interesse pelo esporte entre os jovens.
“Muita gente ainda não conhece o vôlei de praia, pensando que só existe o vôlei de quadra. Mas, assim como eu e minha parceira, muitas pessoas têm se apaixonado pelo esporte. Com o sucesso dos atletas, o interesse vem crescendo”.
A principal inspiração para a dupla vem da recente conquista brasileira nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, com o ouro de Ana Patrícia e Duda, campeãs olímpicas no vôlei de praia.
“Foi uma experiência incrível ver a representatividade do Brasil nas Olimpíadas. Eu, minha parceira e nossa técnica assistimos tudo juntos na casa dela. Acompanhamos de perto a trajetória da Ana Patrícia e da Duda, que já foram campeãs do circuito brasileiro. Ver elas conquistando o ouro olímpico foi emocionante. Pensamos: ‘Caramba, a gente esteve com elas nos torneios nacionais, assistimos aos jogos de perto, temos até fotos com elas!’ Foi uma inspiração enorme que marcou muito para a gente”, detalhou Clara.
A técnica Ana Rita Muniz, de 42 anos, também celebra a popularização da modalidade em Mato Grosso do Sul. Ela atua há 11 anos com formação de atletas e destaca o impacto das referências internacionais.
“Trabalho como técnica há 11 anos e percebo claramente o crescimento do vôlei de praia nos últimos tempos. A conquista olímpica da Ana Patrícia e da Duda teve um peso enorme nesse processo. A visibilidade que elas trouxeram ao esporte motivou muitos jovens a se interessarem. Além disso, os projetos realizados no interior têm revelado novos talentos, que levam o nome do estado e do país para outros níveis, tornando-se referências para os que estão começando”, enfatizou.
Além da visibilidade, Ana Rita ressalta o compromisso com a formação integral dos atletas.
“Grandes nomes do esporte já surgiram aqui em Três Lagoas. Por isso, nosso foco vai além do talento individual. Trabalhamos a formação integral do atleta, valorizando o aspecto técnico e tático, para que ele saiba exatamente o que está fazendo em quadra e desenvolva autonomia dentro do jogo”.
