Por Redação
Diante do recente foco de influenza aviária (H5N1) confirmado em uma granja comercial em Montenegro (RS), o Governo de Mato Grosso do Sul reforçou as ações de biossegurança voltadas aos pequenos produtores rurais. A medida tem como foco principal a orientação sobre prevenção e o fortalecimento da educação sanitária em áreas da agricultura familiar.
A iniciativa conjunta da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer) e da Embrapa Pantanal visa reduzir os riscos de contaminação no Estado, com atenção especial a regiões de fronteira e comunidades com avicultura de subsistência.
As ações incluem capacitações, oficinas, repasses de informações, visitas técnicas e vigilância participativa nas propriedades. O objetivo é difundir os protocolos de biosseguridade e biossegurança entre os produtores familiares, que, muitas vezes, mantêm aves soltas e sem estruturas de proteção adequadas.
A zootecnista da Agraer, Thainara Rocha, destaca a importância de engajar o pequeno produtor como parceiro na prevenção da doença. “O produtor é muitas vezes o primeiro a perceber alterações no comportamento das aves. Mas para que ele seja um aliado no enfrentamento da doença, precisa entender não apenas o que pode ou não fazer, mas o porquê das orientações técnicas”.
Ela explica que a falta de cercas e de proteção contra animais silvestres aumenta o risco de disseminação do vírus. “Uma vez confirmado o foco, a medida de contenção é o sacrifício dos animais, o que gera prejuízos que atingem toda a cadeia, inclusive os pequenos que não têm estrutura para enfrentar perdas sanitárias severas”.
Com esse cenário, a Agraer vem reforçando a qualificação dos seus técnicos. “Em março, nossos técnicos já haviam sido treinados em práticas de biossegurança para criações de pequeno porte. Em junho, realizaremos uma nova capacitação focada exclusivamente na gripe aviária, preparando ainda mais nossa equipe para orientar os agricultores de forma padronizada e eficaz”, informa Thainara.
Casos investigados deram negativo
Em maio, dois casos suspeitos de gripe aviária foram investigados em granjas de Mato Grosso do Sul, nas cidades de Angélica e Jardim. Ambos os resultados deram negativo para a doença.
Na ocasião, o diretor-presidente da Iagro, Daniel Ingold, ressaltou que essas apurações fazem parte da rotina do órgão. “Em situações específicas, como a emergência sanitária no Rio Grande do Sul, onde um caso foi confirmado, é esperado um aumento inicial no número de notificações e investigações”, disse.
Ele ainda destacou que o crescimento no número de suspeitas é uma consequência natural do alerta sanitário. “A Iagro segue rigorosamente os protocolos estabelecidos, com equipe treinada e preparada, atuando com agilidade, eficiência e transparência em todas as ocorrências”, explicou.
Entenda
A gripe aviária é uma doença causada por um vírus do tipo Influenza A, e a resposta rápida na detecção, seja em aves silvestres ou de produção, é essencial para conter a disseminação.
O governo brasileiro mantém ações permanentes de monitoramento em todo o território nacional, com foco especial em regiões com presença de aves migratórias e criadouros comerciais.