Imasul inaugura nova Sala de Situação com tecnologia de ponta para monitoramento ambiental de MS

Nova estrutura permite detectar desmatamentos e queimadas em tempo quase real em todo o território de MS

11/06/2025 00h00 - Atualizado há 3 semanas

Por Redação

Como parte da programação da Semana do Meio Ambiente, o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) inaugurou, nesta quarta-feira (11), a Sala de Situação da UNIGEO (Unidade de Geoprocessamento), que marca uma nova etapa no monitoramento ambiental do estado. A entrega oficial contou com a presença do secretário Jaime Verruck, da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc).

A estrutura, considerada inédita no país, permite detectar de forma automatizada desmatamentos e queimadas em toda a extensão do território sul-mato-grossense, que ultrapassa 357 mil quilômetros quadrados. O espaço foi projetado para oferecer suporte estratégico à fiscalização, à gestão territorial e à governança ambiental, com maior agilidade e precisão nas ações de comando e controle.

A tecnologia utilizada na Sala de Situação é baseada em scripts automatizados e imagens de satélite de alta resolução fornecidas por plataformas internacionais. Em operação desde 2023, o sistema já emitiu 10.665 alertas automáticos de desmatamento. Cada alerta é imediatamente cruzado com bancos de dados territoriais e jurídicos do Imasul, identificando sobreposições com Unidades de Conservação (UCs), Áreas de Preservação Permanente (APPs), Reservas Legais (RLs), Cadastro Ambiental Rural (CAR) e licenças de supressão vegetal.

“Um dos pontos centrais dessa nova etapa de gestão ambiental é a emissão de alertas de desmatamento. Com o sistema atual, conseguimos monitorar em tempo quase real o que está acontecendo em todo o Estado, identificando tanto o desmatamento legal quanto o ilegal. No caso do legal, acompanhamos se o produtor está atuando dentro das condições e prazos previstos em sua licença”, explicou o secretário Jaime Verruck.

Segundo ele, o sistema possui resolução de até um metro, o que possibilita a verificação precisa de áreas com alterações na cobertura vegetal. “O grande diferencial é que temos um sistema interligado ao CAR e capaz de realizar embargos automáticos em propriedades sem licenciamento. Além disso, o monitoramento inclui áreas de cana-de-açúcar, unidades de conservação, terras indígenas e até pontos de calor, com acionamento direto via SICOE aos bombeiros e à PMA.”

O Governo do Estado investiu cerca de R$ 1,5 milhão na implantação da estrutura, que conta com videowall de alta resolução, estações de trabalho com processadores Intel Core i9, 64 GB de memória RAM, placas NVIDIA RTX 4070 e monitores de 360Hz. A combinação de hardware e software garante alto desempenho na análise de dados geoespaciais em tempo real.

Com a automação, a carga de trabalho manual dos técnicos foi reduzida em 72%, permitindo que a equipe se concentre em atividades estratégicas, como validações em campo, emissão de pareceres técnicos e apoio direto às operações de fiscalização.

Para o diretor-presidente do Imasul, André Borges, a nova Sala de Situação representa um avanço significativo na gestão ambiental do estado. “Estamos investindo em tecnologia de ponta para garantir que o monitoramento ambiental no Mato Grosso do Sul seja cada vez mais rápido, preciso e eficaz. A Sala de Situação é mais do que uma estrutura física – é um símbolo do nosso compromisso com a sustentabilidade, com o rigor técnico e com a governança ambiental”, afirmou.

O modelo da UNIGEO se baseia em três pilares: precisão, periodicidade e rastreabilidade dos dados. Esse tripé assegura mais transparência, segurança jurídica e eficiência nas decisões e ações do instituto.

A estrutura atual será ampliada com novos investimentos em tecnologia de campo, como drones, viaturas, quadriciclos e pacotes adicionais de imagens de satélite, com foco em áreas remotas ou de difícil acesso.

Entre as inovações mais recentes está a adoção de mecanismos de inteligência artificial. A ferramenta permite identificar padrões automaticamente e priorizar casos críticos, otimizando ainda mais as análises. Para Verruck, o uso da IA deve avançar. “Já começamos a ampliar o uso da inteligência artificial para aprimorar nossa produtividade. Temos muita informação à disposição, mas agora o foco é acelerar as respostas — seja na emissão de autos de infração, na apuração de irregularidades ou na prevenção de danos ambientais”, completou o secretário.

Com a inauguração da Sala de Situação da UNIGEO, Mato Grosso do Sul reforça seu papel de liderança no monitoramento ambiental digital no Brasil e fortalece seu compromisso com o combate ao desmatamento, às queimadas ilegais e às mudanças climáticas.


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