Por Redação
Apesar de o Brasil contar com cerca de 20 milhões de estudantes aptos a participar de programas de estágio, apenas 1,1 milhão – o equivalente a 5,5% – estão atualmente inseridos em vagas formais. Os dados são de um levantamento da Associação Brasileira de Estágios (Abres), que também aponta que entre 40% e 60% dos estagiários acabam sendo efetivados ao término do contrato.
O alto índice de efetivação tem sido utilizado como estratégia por empresas que buscam reduzir custos com recrutamento e melhorar a retenção de talentos. É o que explica Mary Okabayashi, especialista em gestão e seleção de estagiários e diretora franqueada da EvoEstágios, empresa que atua na conexão entre estudantes e o mercado de trabalho.
Segundo ela, cerca de 40% dos jovens contratados pela empresa acabam sendo efetivados em até quatro meses. Para Okabayashi, essa prática permite às empresas moldar os profissionais desde o início da carreira, alinhando-os à cultura organizacional.
“Quando o jovem entende a cultura, suas atitudes e comportamentos se alinham com o que os líderes ou o dono da empresa valorizam. A empresa preza muito pela capacitação e pelo treinamento. Ter pessoas em busca de uma evolução contínua é algo muito valorizado. Se o jovem entra com esse mesmo intuito, de estar sempre aprendendo, ele já demonstra um fit cultural. Identificar o que a empresa valoriza já torna esse jovem diferente”, afirma Okabayashi.
Segundo a especialista, fatores como proatividade, pontualidade, responsabilidade e disposição para aprender são os principais pontos observados por empresas na hora de decidir pela efetivação de um estagiário.
Embora não tenha divulgado recortes regionais ou por setor, a Abres destaca que o número de estudantes estagiando ainda é considerado muito baixo frente ao potencial da população estudantil brasileira.