CarbonControl: MS cria sistema para controlar emissões de gases do efeito estufa

Sistema foi apresentado durante abertura do III Fórum Estadual de Mudanças Climáticas, em Bonito

11/06/2025 00h00 - Atualizado há 3 semanas

Por Redação

O Governo de Mato Grosso do Sul, por meio do Imasul (Instituto de Meio Ambiente), lançou oficialmente nesta terça-feira (10) o sistema CarbonControl, uma plataforma digital voltada ao gerenciamento das emissões e remoções de Gases de Efeito Estufa (GEE). A apresentação ocorreu durante a abertura do III Fórum Estadual de Mudanças Climáticas, realizado em Bonito e com programação até esta quarta-feira (11).

Com a nova ferramenta, o estado pretende otimizar o controle ambiental e ampliar a eficiência no processo de registro de inventários de GEE, além de facilitar o cálculo do balanço de carbono. O sistema foi desenvolvido pelo Imasul para regulamentar a Resolução nº 23/2023 da SEMADESC (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), que trata do Registro Público Voluntário de Emissões Anuais de GEE.

“O Governo de Mato Grosso do Sul, por meio do PROCLIMA (Programa Estadual de Mudanças Climáticas), estabeleceu uma série de ações e medidas para que o nosso Estado seja um território reconhecido internacionalmente como Carbono Neutro até 2030. Dentro dessa lógica, a Semadesc publicou uma resolução passando a exigir a apresentação do inventário de gases de efeito estufa para os empreendimentos que necessitam de licenciamento ambiental”, lembrou o secretário Jaime Verruck, da Semadesc.

Segundo o Imasul, o CarbonControl será essencial para sistematizar e automatizar o envio de informações técnicas tanto de inventários obrigatórios quanto voluntários, promovendo mais agilidade no licenciamento e análise dos dados.

Ao apresentar o sistema no evento, o diretor-presidente do Imasul, André Borges, destacou que a iniciativa representa “um avanço tecnológico significativo. Este sistema traz mais modernidade aos nossos processos e oferece mais transparência e eficiência na gestão ambiental, consolidando Mato Grosso do Sul como um estado que valoriza o desenvolvimento sustentável”.

O uso da plataforma será obrigatório para pessoas físicas e jurídicas cujas atividades gerem emissões ou remoções de GEE, tanto no meio rural quanto urbano. Estão incluídas operações relacionadas ao Cadastro Ambiental Rural de Mato Grosso do Sul (CARMS), além de empreendimentos não vinculados ao cadastro.

O sistema foi estruturado para abranger uma ampla gama de fontes emissoras de GEE, incluindo:

• Combustão estacionária (como em caldeiras e usinas), com destaque para emissões de CO₂, CH₄ e N₂O;

• Combustão móvel, associada à queima de combustíveis em veículos;

• Emissões fugitivas, como vazamentos em sistemas de refrigeração ou gasodutos;

• Processos industriais, como produção de cimento e fundição de metais;

• Atividades agropecuárias, incluindo uso de fertilizantes e emissões entéricas;

• Mudanças no uso do solo, como desmatamento;

• Tratamento de resíduos, como compostagem e disposição em aterros sanitários.

Para os empreendimentos vinculados ao CARMS, o sistema é integrado aos inventários ambientais já reportados, garantindo conformidade com o GHG Protocol Brasil, referência internacional no cálculo de emissões.

O CarbonControl vai permitir o registro de dois tipos principais de inventários: os ligados ao CARMS, para propriedades rurais, e os não relacionados ao cadastro rural, que abrangem atividades urbanas.

A plataforma também disponibiliza relatórios detalhados com o balanço entre emissões e remoções de carbono (CO₂ equivalente). As remoções devem ser calculadas por técnicos responsáveis e inseridas manualmente, com base em fatores estabelecidos pelo Imasul e SEMADESC. Ao final do processo, as empresas recebem um relatório completo, que pode ser utilizado para reavaliar práticas e implementar medidas sustentáveis.

A implementação do CarbonControl simboliza um novo capítulo na política ambiental do estado, reforçando o compromisso com a redução de emissões e com os compromissos internacionais de sustentabilidade.

“O Imasul lançou um novo sistema que combina o controle de GEE com o potencial de retenção de carbono no solo e no crescimento. Esse sistema valoriza áreas preservadas, como o Pantanal e o Cerrado, além das práticas agrícolas sustentáveis no estado. Com ele, as empresas podem calcular tanto as emissões quanto as retenções de carbono, mesmo que a inclusão de retenções seja voluntária. O objetivo é equilibrar esses fatores, incentivando a redução de emissões e reforçando a meta do estado de se tornar Carbono Neutro até 2030”, comentou o fiscal ambiental Romulo Louzada.


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