Por Redação
Um projeto desenvolvido por pesquisadores da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) foi reconhecido no III Prêmio Ipê Amarelo de Meio Ambiente, promovido pelo Crea-MS (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso do Sul) por meio da Comissão de Meio Ambiente e Sustentabilidade (CMAS). A iniciativa, que propõe o reaproveitamento de filtros de cigarro como isolante térmico na construção civil, conquistou o terceiro lugar na categoria Instituição Pública.
A cerimônia de premiação foi realizada no dia 5 de junho, em Campo Grande, e integrou a programação da XII Semana do Meio Ambiente do Crea-MS. Representantes da UEMS participaram do evento ao lado de outros nove finalistas da mesma categoria.
Intitulada “Investigação sobre a possibilidade do uso de filtros de cigarros como isolantes térmicos na construção civil”, a pesquisa é fruto do trabalho realizado nos laboratórios do Cepemat (Centro de Pesquisas em Materiais) e do Cesam (Centro de Estudos em Saneamento Ambiental). O objetivo é desenvolver soluções sustentáveis para o setor da construção, a partir da reutilização de filtros de cigarro apreendidos, geralmente descartados após operações de fiscalização em áreas de fronteira.
Esses resíduos, que atualmente são incinerados em altos-fornos de siderúrgicas — prática que libera microplásticos na atmosfera —, são testados para uso na produção de placas térmicas para habitações, reduzindo impactos ambientais e o acúmulo de material nos estoques da Receita Federal.
A proposta também tem sido apresentada ao mercado por meio da empresa Solenmat (Soluções em Engenharia dos Materiais), incubada pela Fênix.
Um dos autores da pesquisa, o engenheiro ambiental e pesquisador Paulo Sidnei Stringhini Junior, celebrou o reconhecimento da iniciativa. “Foi uma experiência incrível, principalmente em dois pontos: representar a UEMS, consolidando nossa instituição como um dos principais atores no desenvolvimento do nosso estado; e o reconhecimento pessoal, por ser engenheiro ambiental formado pela UEMS e ver o Crea-MS validar nossa pesquisa na área da engenharia e do meio ambiente”, afirmou.
Stringhini também destacou o impacto institucional do prêmio. “Nosso grupo de pesquisa do Cepemat-UEMS está enormemente feliz e satisfeito por ver nosso trabalho reconhecido por outras instituições de pesquisa e desenvolvimento. Essa premiação é também um canal de comunicação com a comunidade externa, e reforça parcerias institucionais, como a que tivemos neste projeto com a Receita Federal do Brasil”, completou.
Além de Stringhini, também foram homenageados os pesquisadores Margarete Soares da Silva, Rony Gonçalves de Oliveira, Aguinaldo Lenine Alvez e Dalton Pedroso de Queiroz, que compõem a equipe da UEMS.
Ao todo, quatro projetos da universidade foram finalistas nesta edição do Prêmio Ipê Amarelo. Além do trabalho premiado, a instituição teve destaque com os projetos “Educação ambiental com minhocários no ensino fundamental: um projeto sustentável” e “Resíduos Sólidos: Destinação Legal”, também na categoria Instituição Pública, e com outro projeto inscrito na categoria Estudante.