Por Redação
A produção brasileira de carnes deve se manter em patamar recorde em 2025, alcançando 31,57 milhões de toneladas, conforme projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A estimativa, divulgada nesta sexta-feira (13), mantém o volume de 2024, impulsionado principalmente pelos avanços na produção de carne suína e de frango.
A proteína suína deve atingir um novo recorde, com previsão de 5,56 milhões de toneladas — crescimento de 4,4% em relação ao ano anterior. Segundo o gerente de Fibras e Alimentos Básicos da Conab, Gabriel Rabello, o desempenho está ligado à diversificação de cortes para o consumo interno e à abertura de novos mercados internacionais. “Com isso, as exportações do setor devem atingir 1,45 milhão de toneladas, um avanço de 9,7%”, destacou.
Um dos fatores que marca a dinâmica atual das exportações brasileiras de carne suína é a redução da dependência da China. De acordo com a Conab, o país asiático respondia por 51% das compras em 2020, mas agora representa apenas 16%. Em contrapartida, as Filipinas ganharam espaço e hoje absorvem cerca de 20% das exportações. Mesmo com esse movimento no comércio exterior, a oferta interna deve crescer 2,6%, somando 4,13 milhões de toneladas.
Na produção de carne de frango, o Brasil também deve alcançar um novo recorde, com 15,48 milhões de toneladas previstas em 2025 — aumento de 1,5% em relação ao ano anterior. A disponibilidade no mercado interno deve subir 2,2%, chegando a 10,33 milhões de toneladas, enquanto as exportações devem permanecer estáveis, na casa de 5,13 milhões de toneladas.
Rabello lembrou que o ritmo dos embarques foi afetado pelo registro de gripe aviária em uma granja comercial no Rio Grande do Sul, o que exigiu resposta rápida do governo federal. “Com o controle da doença e a garantia da sanidade animal, os embarques devem se normalizar”, afirmou. Segundo ele, o Ministério da Agricultura acionou o Plano de Contingência para conter e erradicar o foco da doença, garantindo a segurança alimentar e a manutenção da capacidade produtiva do setor.
Já a produção de carne bovina deve apresentar uma leve retração, fechando o ano em 10,52 milhões de toneladas. O recuo é atribuído à inversão do ciclo pecuário, com retenção de matrizes e menor abate de fêmeas. Ainda assim, trata-se da segunda maior produção da série histórica da Conab.
A oferta no mercado interno deve recuar para 6,58 milhões de toneladas, enquanto as exportações seguem em crescimento, com expectativa de atingir 4 milhões de toneladas. A China permanece como o principal destino da carne bovina brasileira, com 41% da participação nas vendas externas. Os Estados Unidos também ganharam relevância e passaram de 8% em 2024 para 13% em 2025. Entre janeiro e abril, os embarques para o mercado norte-americano cresceram 56% em relação ao mesmo período do ano anterior.
A produção de ovos para consumo também registra projeção positiva, com estimativa de 48,5 bilhões de unidades em 2025 — alta de 5,4% em relação a 2024. O volume deve contribuir significativamente para o abastecimento do mercado interno, segundo avaliação da Conab.