Por redação
Mais de 17,3 milhões de hectares foram queimados no Brasil em 2023. Essa área é maior que o território de alguns estados da federação, como Acre ou Ceará. O Pantanal e o Cerrado, dois biomas sul-mato-grossenses, ocupam o segundo e terceiro lugar de biomas mais atingidos pelo fogo. É o que mostram dados inéditos da plataforma Monitor do Fogo do MapBiomas.
Segundo a equipe do sistema de pesquisa, o fogo, que invadiu áreas do Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro (MS) e do Parque Estadual Encontro das Águas (MT), foi potencializado pela estiagem no final do ano, principalmente no mês de novembro, que concentrou 60% de toda a área queimada no bioma Pantanal.
Em 2023, as pastagens corresponderam ao uso da terra mais afetado pelo fogo – 28% – seguidas dos tipos de vegetação nativa, formação campestre (vegetação com predomínio de gramíneas e outras plantas herbáceas), com 19%, e formação savânica (vegetação com árvores distribuídas de forma esparsa e em meio à vegetação herbáceo-arbustiva contínua), com 18% do total da área queimada.
O aumento da área queimada em relação a 2022, quando 16,3 milhões de hectares foram atingidos pelo fogo, foi de 6%. A área atingida pelo fogo no ano passado foi de aproximadamente 2% do território brasileiro. O pico das queimadas ocorreu nos meses de setembro e outubro, com 4 milhões de hectares atingidos pelo fogo em cada mês. Apenas em dezembro foram 1,6 milhão de hectares queimados no país – um recorde quando comparado aos meses de dezembro nos anos anteriores desde 2019.
Esse aumento se deve principalmente às queimadas na Amazônia. No último mês de 2023, o Estado do Pará foi o território mais afetado, com 658.462 de hectares consumidos pelo fogo, seguido do Maranhão (338.707 hectares) e de Roraima (146.340 hectares).
No Pará, a área queimada aumentou 572% em relação ao mesmo mês do ano anterior. No mês de dezembro, os dados mostram que a Amazônia foi o bioma mais afetado pelo fogo, seguido do Pantanal e do Cerrado. Na Amazônia, foram 1,3 milhão de hectares queimados, um aumento de 463% em relação ao mês do ano anterior. No Pantanal a área queimada em 2023 foi o triplo do que em 2022.