Por redação
Diretores da empresa de passagens aéreas 1,2,3 Milhas, envolvida em polêmica no ano passado após cancelamento em massa de compras, e Maxmilhas são alvos de operação do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), deflagrada na manhã desta quinta-feira (1º), por suposta lavagem de dinheiro e estelionato. Ao todo, são cumpridos 17 mandados de busca e apreensão.
O cancelamento de passagens aéreas em todo o país fez 41 vítimas em Mato Grosso do Sul, conforme informado pela Superintendência para Orientação e Defesa do Consumidor (Procon-MS). No ano passado, após a polêmica, a empresa chegou a pedir Recuperação Judicial, que foi aceita e suspensa duas vezes pela Justiça. No país, foram mais de 700 mil clientes lesados.
Quanto à Operação, o MPMS informou que os mandados de busca e apreensão foram requeridos para apurar a prática de crimes de estelionato, por meio de associação criminosa, que causaram prejuízo milionário a milhares de pessoas em todo o país. "A investigação busca, também, verificar a eventual prática de lavagem de dinheiro, mediante a utilização de estratégias financeiras e corporativas com o objetivo de dissimulação e ocultação de valores e bens", diz nota.
A investigação é conduzida pela 14ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor da Capital, com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco Central) e do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Ordem Econômica e Tributária (Caoet). Participaram da operação oito promotores de Justiça, cinco delegados de Polícia Civil, 53 investigadores, um policial militar e cinco servidores do Ministério Público.
Além da atuação criminal, o Ministério Público de Minas Gerais ajuizou ações civis públicas para a tutela coletiva dos consumidores lesados, sendo deferidos pedidos de bloqueio judicial de bens e valores das empresas e sócios que integram o grupo econômico.
A operação é resultado da atuação da Unidade de Combate ao Crime e à Corrupção (UCC), estratégia de articulação interinstitucional inovadora do Ministério Público de Minas Gerais. Instituída em julho de 2022, com a inauguração do prédio Promotor de Justiça Francisco Lins do Rego, a UCC reúne a estrutura de diversos órgãos de apoio às Promotorias de Justiça voltados às investigações mais complexas, de caráter interdisciplinar, envolvendo corrupção, criminalidade econômica e organizações criminosas.