Desigualdade salarial: mesmo na liderança mulheres recebem 20% a menos que homens

Estudo da Mercer destaca disparidades de remuneração mesmo quando mulheres conquistam posições de liderança, evidenciando a persistência da desigualdade de gênero no ambiente empresarial

03/02/2024 00h00 - Atualizado em 03/02/2024 às 19h49

Por redação

Apesar de representarem apenas 3 em cada 10 cargos executivos no Brasil, as mulheres, ao alcançarem o ápice da hierarquia corporativa, ainda enfrentam uma disparidade salarial significativa, recebendo em média 20% a menos do que seus colegas do sexo masculino, revela um estudo da consultoria Mercer.

A discrepância salarial é mais pronunciada nos níveis mais baixos, como analistas, especialistas e técnicos, onde a diferença entre os salários de homens e mulheres é de 11%.

O estudo abrangeu 1.002 organizações, analisando 6.100 cargos e envolvendo mais de 1 milhão de trabalhadores. Apesar das recentes alterações na legislação sobre igualdade salarial, a pesquisa destaca a necessidade de um esforço conjunto por parte de empresas, governos e sociedade para efetivamente alcançar a igualdade salarial.

Medidas adicionais, como transparência salarial, eliminação de vieses inconscientes, promoção da diversidade e inclusão, monitoramento de dados e engajamento da sociedade, são apontadas como essenciais por Rafael Ricarte, líder da área de carreira da Mercer.

Em dezembro do ano passado, entraram em vigor regras para a execução da Lei da Igualdade Salarial (14.611/2023), exigindo que empresas e instituições divulguem informações detalhadas sobre os salários de seus colaboradores, com o objetivo de combater a discriminação salarial entre homens e mulheres.

O estudo da Mercer também identificou os setores com as maiores disparidades salariais entre gêneros. O setor de Energia lidera, pagando 19% a menos para as mulheres, sendo ainda mais crítico para as recém-admitidas, que recebem salários 31% mais baixos. Em segundo lugar está a área de Bens de Consumo, com uma diferença de 14%, seguida por Varejo, Alta Tecnologia e Agro, todos com 11% a menos; e Life Science, com uma diferença de 10%.

No entanto, os setores de Life Science e Agro apresentam uma inversão para as recém-chegadas, oferecendo salários 8% e 9% superiores, respectivamente. A persistência dessas disparidades destaca a urgência de esforços contínuos para promover a igualdade de gênero nos ambientes de trabalho.


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