Por redação
A soja continua como o segundo produto mais exportado de Mato Grosso do Sul, mantendo sua relevância no mercado internacional. As negociações em janeiro deste ano atingiram a marca de US$ 124,666 milhões, representando um notável aumento de 616,13% em comparação ao mesmo período de 2023, quando as exportações totalizaram US$ 17,408 milhões. Esse aumento surpreendente nas vendas externas da soja durante o mês de janeiro, geralmente caracterizado por embarques mais baixos, é atribuído ao aumento das compras por parte da China, que aproveitou os preços reduzidos para reforçar seu estoque.
De acordo com a Carta de Conjuntura do Setor Externo divulgada pela Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), a soja representou 18,35% do valor total das atividades comerciais externas do Estado.
Jaime Verruck, titular da Semadesc, avalia de forma positiva o desempenho da soja neste período, destacando que, mesmo enfrentando desafios e estando na entressafra, a soja permanece como o segundo produto mais exportado, com um volume significativamente superior ao do ano anterior. "Exportamos mais de 245 mil toneladas em janeiro, mesmo com soja estocada devido aos baixos preços. Isso mostra que aproveitamos uma boa oportunidade para aumentar as exportações", destaca Verruck.
O economista do Sindicato Rural de Campo Grande, Corguinho e Rochedo (SRCG), Staney Barbosa Melo, ressalta que o aumento expressivo nas exportações, quase seis vezes maior em relação a janeiro do ano passado, ocorreu devido aos preços baixos e ao estoque que os produtores acumularam, aguardando por cotações mais favoráveis. "Os chineses estão se beneficiando dos preços baixos para aumentar seus estoques, contribuindo de certa forma para amenizar a queda nos preços do grão que tanto prejudica o setor", explica Melo.
No que diz respeito aos preços da soja, 2023 foi marcado por cotações baixas. Em janeiro do mesmo ano, a média de negociação em Mato Grosso do Sul era de cerca de R$ 165 por saca, valor que caiu abruptamente durante a colheita. Em janeiro deste ano, houve uma forte queda nos preços, chegando a ser negociada abaixo de R$ 100 por saca, refletindo a oferta global compensando as perdas no Brasil.
O destaque nas exportações do primeiro mês deste ano foi para a celulose, seguida pela soja e minério de ferro. A China e os Estados Unidos foram os principais compradores, sendo responsáveis por mais da metade das exportações. A China permanece como o principal destino das exportações de Mato Grosso do Sul, representando cerca de 81% do valor total em janeiro.
O Estado encerrou 2023 com o maior saldo na balança comercial de sua história e iniciou 2024 com números positivos, registrando um aumento de 17,4% nas exportações em relação a janeiro do ano anterior. O superávit na balança comercial atingiu US$ 430,6 milhões, impulsionado pelo aumento nas exportações e pela redução nas importações. A expectativa é de que o ritmo intenso nas exportações continue ao longo do ano, impulsionado pelo aumento na produção, melhoria no ambiente de negócios e incentivos para atrair empresas.
