Efeitos do El Niño em MS podem levar a falta de chuvas e incêndio no Pantanal

Chuvas estão abaixo na média esperada para o estado desde dezembro de 2023

18/02/2024 00h00 - Atualizado em 22/02/2024 às 16h20

Por redação

Uma situação climática atípica atinge Mato Grosso do Sul. As chuvas estão em nível abaixo do esperado para essa época do ano em todo o estado. O fenômeno El Niño pode influenciar a ocorrência de incêndios florestais no Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica.

Conforme o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Su (Cemtec-MS), as chuvas estão abaixo da média desde dezembro de 2023. A previsão é de que o déficit de precipitação persista e provoque danos ambientais, com ampliação de área seca e intensificação de casos de incêndios florestais.

O meteorologista Vinícius Sperling, do Cemtec, explica que os baixos níveis de chuva há quase três meses devem se agravar nos meses. Os dados são consolidados a partir do monitoramento de 48 municípios, com informações do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico) e Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais).

“Em dezembro, de 2023, tivemos chuvas abaixo da média história em 39 municípios analisados. Já em janeiro deste ano, a situação não foi diferente, em 41 municípios houve déficit de precipitação. Sem acúmulo de água no solo, os rios estão com níveis mais baixos, é reflexo da falta de chuva”, pontua o meteorologista.

A situação crítica persiste desde o início do ano, nos 15 primeiros dias do mês de fevereiro, praticamente todos os municípios monitorados tiveram chuvas abaixo da média. No Pantanal, de acordo com a análise do Cemtec, a área com seca foi intensificada no período que deveria ser mais chuvoso, entre dezembro e janeiro.

O El Niño alterou as condições de temperatura e precipitações, com anomalias que provocaram situações extremas - de máximos e mínimos volumes - de chuvas, umidade relativa do ar, além de calor.

O relatório do Inpe, elaborado em conjunto com Inmet, ANA e Cenad (Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres), apresentou o monitoramento e previsões sobre o fenômeno em 2023, e também informou sobre possíveis impactos este ano.

Além de apontar que os baixos volumes de chuva previstos – aliado a irregularidade espacial das mesmas –, em Mato Grosso do Sul, contribuiriam para manter o armazenamento hídrico em níveis mais baixos. A situação colaborou para a ocorrência de incêndios florestais fora da época crítica das queimadas no Pantanal – que geralmente ocorrem entre os meses de julho a outubro. Durante o mês fevereiro e em março, a previsão é de que a situação persista, com chuva escassa e influência direta na região Sul, além de São Paulo e Mato Grosso do Sul.


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