Capaz de armazenar grandes quantidades de carbono o Eucalipto é um grande aliado na redução de GEE

Mais uma vez, trabalho de pesquisa demonstra que florestas são capazes de reduzir circulação de gases de efeito estufa na atmosfera

22/02/2024 00h00 - Atualizado em 22/02/2024 às 19h10

Por redação

Um estudo conduzido pela Embrapa Cerrados (DF) em parceria com a Universidade de Brasília (UnB) revela descobertas significativas sobre os plantios de eucalipto, apontando seu potencial na mitigação de gases de efeito estufa (GEE), especialmente o dióxido de carbono (CO2).

Coordenado na zona rural do Paranoá (DF), o estudo destaca que plantios de eucalipto podem armazenar grandes quantidades de carbono na biomassa da parte aérea e no solo, equiparando-se às áreas de Cerrado nativo.

Os resultados indicam níveis elevados de carbono em plantios de eucalipto e em áreas de vegetação natural analisadas, ultrapassando 183,99 toneladas por hectare (t/ha). O solo se destaca como principal reservatório, sugerindo que o eucalipto pode contribuir para a fixação de mais de 674,17 t/ha de CO2. Essa descoberta ressalta o potencial dos plantios de eucalipto como agentes importantes na redução dos impactos das mudanças climáticas.

O estudo também explora o papel das árvores, tanto naturais quanto plantadas, como drenos de carbono, ao absorverem grandes quantidades por meio da fotossíntese e alocarem-no na biomassa da parte aérea, raízes e solo. Alcides Gatto, pesquisador da UnB, destaca a relevância da remoção de GEE por plantios florestais em savanas, como o Cerrado, mesmo considerando o corte programado de eucalipto.

O Brasil, conforme o Relatório Anual 2022 da Indústria Brasileira de Árvores, possui aproximadamente 10 milhões de hectares de florestas plantadas, sendo 76% destinadas ao eucalipto para diversos fins comerciais.

Alexsandra de Oliveira, pesquisadora da Embrapa, ressalta a falta de informações sobre o impacto dos plantios de eucalipto nos estoques de carbono e emissões de GEE, apesar da expansão dessa cultura no bioma do Cerrado. O estudo buscou quantificar o estoque de carbono e a biomassa em plantios de eucalipto de diferentes idades e comparou com uma área de vegetação nativa de Cerradão. Os resultados evidenciaram que o carbono se acumula principalmente no solo, reforçando a relevância dos plantios de eucalipto na fixação de carbono.

A dinâmica de carbono entre os componentes das árvores, raízes e solo mostrou diferenças, com o eucalipto mais jovem (quatro anos) armazenando mais carbono. Isso sugere a necessidade de estudos adicionais em plantios comerciais e com diferentes idades para confirmar esses padrões.

Os pesquisadores destacam a importância das florestas, sejam nativas ou plantadas, como drenos eficazes de GEE, reforçando sua contribuição para a sustentabilidade local e potencial geração de créditos de carbono. Essas descobertas apontam para a necessidade contínua de entender o papel dos plantios de eucalipto na mitigação das mudanças climáticas e na promoção de práticas agrícolas mais sustentáveis.


Notícias Relacionadas »
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? fale conosco pelo Whatsapp