Por redação
O Ministério da Saúde anunciou, nesta quarta-feira (28), que os casos de dengue podem dobrar neste ano no país em relação a 2023. Até o momento, foram registrados 973.347 casos prováveis da doença em 2024, com 7.771 considerados graves. Em 2023, a soma de casos no ano foi de 1.658.816.
No entanto, os indicadores de letalidade estão mais baixos neste ano do que em 2023, segundo dados apresentados pelo Ministério. O grupo que mais adoece neste ano é na faixa etária entre 20 e 49 anos. Os casos graves se concentram na faixa acima de 70 anos.
Em Mato Grosso do Sul, foram registrados de janeiro a fevereiro 1.602 casos confirmados. Outros 4.667 são suspeitos. A incidência de casos é de 58,1 a cada 100 mil habitantes. Quanto aos óbitos, o último boletim epidemiológico do estado, divulgado ontem (27), traz duas mortes causadas pela doença nesta semana. As vítimas tinham 73 e 81 anos.
De acordo com a ministra Nísia Trindade, a mudança climática é um fator importante para o aumento da disseminação da dengue, já que neste ano o clima quente e úmido tem favorecido a propagação do mosquito. “Em 2024, há esse elemento atípico porque foge do padrão do que já conhecemos nos 40 anos em que temos epidemia de dengue”, disse.
Este ano marca uma mudança significativa com a circulação dos quatro sorotipos do vírus da dengue. Em diversos estados, estamos testemunhando uma transição do sorotipo 1 para o sorotipo 2, à medida que a imunidade das pessoas se volta contra o primeiro. Um exemplo é o Distrito Federal, onde já se observa um aumento para 40% dos casos causados pelo sorotipo 2.
Além disso, há um novo padrão de propagação da doença em cidades de médio e pequeno porte, onde a dengue não costumava ser uma ameaça tão séria. A ministra Nísia Trindade destaca uma série de fatores contribuintes, incluindo aspectos ambientais e comportamentais da sociedade, juntamente com a dinâmica de variação do vírus, expondo populações anteriormente não expostas a certos sorotipos.
“Há fatores ambientais, há fatores sociocomportamentais, que é a atenção de toda a sociedade no combate e há também fatores ligados à dinâmica do vírus, a sua variabilidade, ou seja as pessoas que ainda não estavam sujeitas à exposição a determinados tipos de vírus”, explicou.
Para enfrentar essa situação, o Ministério da Saúde, em colaboração com estados e municípios, está organizando o Dia D de combate à dengue no próximo sábado (2). Sob o lema "Brasil Unido Contra a Dengue", serão realizadas campanhas de conscientização para informar a população sobre as medidas necessárias para conter a propagação da doença.